Foto de praça com pombos
Praça do Duomo, a principal de Milão, deserta devido ao coronavírus (Foto: MATTEO CORNER/EFE)

A Itália está sentindo na pele as consequências de tratar a pandemia de coronavírus como se fosse uma “gripezinha”, como afirmou o presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento no início desta semana.

No dia 28 de fevereiro deste ano, o país registrava 17 mortes pela Covid-19, quando começou a tomar uma série de medidas, como fechamento de escolas e proibição de aglomerações públicas.

No entanto, o primeiro-ministro Giuseppe Conte contestou estas decisões pensando na economia e turismo do país que seriam afetados. Ele ainda dizia que as medidas serviriam “para gerar o caos”.

Giuseppe conseguiu derrubar na Justiça várias destas normas locais, como o fechamento de bares, segundo reportagem do ‘El País’.

Ele recebeu apoio do ministro de Relações Exteriores, Luigi di Maio, que chegou até criticar a decisão de alguns países, como Israel e Rússia, que haviam pedido a seus cidadão que evitassem viagens à Itália.

O ministro da Saúde, Roberto Speranza, e o diretor do hospital Spallanzani de Roma Giuseppe Ippolito, também entraram em campanha otimista, destacando em entrevista coletiva que 45 pessoas já haviam se curado da infecção pela Covid-19 e afirmaram que o país não era o foco de contágio do vírus.

As consequências desta política de desestimular o isolamento social e a quarentena voluntária logo mostrou os resultados: após três dias o número de mortos dobrou – 1º de março, a Itália tinha 34 mortos.

O número continuou a crescer, com 79 mortos no dia 3 de março, chegando a 8.215 vítimas fatais, segundo o último boletim atualizado nesta quinta-feira (26), à frente da China – epicentro da doença no mundo.

As autoridades tentaram retomar uma política de quarentena e isolamento, mas diante da emergência, Conte anunciou que todo país permaneceria em situação de isolamento.

“Estamos ficando sem tempo”, disse o primeiro-ministro. “É a pior crise que vivemos desde o final da Segunda Guerra Mundial”, acrescentou durante o fechamento de todas fábricas e atividades produtivas do país.

Apesar das diferenças climáticas e sociais, o Brasil enfrenta uma situação semelhante, apesar de estar em outro estágio da evolução da pandemia, com 63 mortos segundo a última atualização do Ministério da Saúde.

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Fonte: ‘El País’