
Cientistas da Fiocruz Amazônia descobriram uma nova variante inédita do novo coronavírus, com origem no Amazonas. A nova cepa foi identificada em pacientes japoneses, e essas mutações criaram uma provável nova linhagem brasileira do vírus.
De acordo com os estudiosos, ainda não é possível ter certeza, mas essas mutações encontradas podem significar um maior poder de transmissão. Isso porque as duas importantes mutações foram descritas simultaneamente na proteína Spike.
Essa proteína faz a ligação do vírus às células do organismo, e está relacionada a capacidade de transmissão do Sars-CoV-2.
Segundo os dados dos estudos, a linhagem B.1.1.28, presente em todo o Brasil, é a mais frequente no Amazonas e sofreu várias mudanças.
“Os japoneses colocaram os dados do sequenciamento no banco de dados internacional, e as amostras colhidas agrupam com as nossas aqui. É o mesmo vírus, mas com muitas mutações”, disse o pesquisador da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca.
Atualmente, Manaus está vivendo um período de calamidade, passando por uma segunda onda de casos e hospitalizações. Os números de casos e mortes tem o crescimento mais acelerado que na primeira fase da pandemia.
“Acredito que essas mutações possam ser parte da explicação para essa explosão de casos aqui no Amazonas. Mas nós sabíamos que o número de casos iria aumentar porque as pessoas não estavam fazendo distanciamento; nos dias 26 e 27 de dezembro houve protesto porque o governador mandou fechar o comércio, houve as festas de fim de ano. E o sistema de saúde do estado já estava fragilizado, é uma situação multifatorial a meu ver”, comenta Naveca.