Pai prometeu dar bicicleta à filha mas morreu por Covid; amigos cumpriram a promessa

Apaixonado pela família, pela vida e pelos amigos, Flávio da Costa Cacho, de 43 anos era vendedor e também um grande incentivador do esporte. Enquanto estava no hospital internado por Covid, ele prometeu à filha de 10 anos, Emanuelly Duarte Cacho, que daria uma bicicleta assim que saísse do hospital, no entanto, não deu tempo de Flávio cumprir a promessa. Por complicações da doença, ele não resistiu. Comovidos com a situação, os amigos se reuniram e cumpriram o desejo dele.

A família de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, foi diagnosticada com Covid no início de março. “Nós quatro tivemos Covid ao mesmo tempo. Mas meu pai foi internado e não resistiu”, diz a pedagoga, Eduarda Duarte Cocho, de 22 anos.

O homem de 43 anos era obeso e adquiriu sintomas mais graves, como dor na garganta, tosse, febre e muita falta de ar. Os pulmões foram comprometidos em 80%. Ele ficou internado e faleceu. Marcos Henrique é enfermeiro e conta que soube da promessa da bicicleta na missa de 7º Dia. “A Emanuelly falou que o sonho dele era que ela aprendesse a andar, para andarem juntos”. Após saberem do pedido de Flávio, os oitos amigos se juntaram e três dias depois a menina de 10 anos ganhou uma bicicleta.

A irmã mais velha, Eduarda, conta que ela ficou animadíssima. “Aprendeu a andar em menos de duas semanas”, complementa Marcos.

Lembrança do pai

O presente dado pelos amigos de Flávio não substituiu a dor da perda do pai, afirma Marcos, mas faz a menina lembrar com carinho o incentivo do pai com prática do ciclismo, uma das atividades dele nas horas vagas, assim como os compromissos com a igreja e o churrasco para amigos e familiares.

Um dos pratos preferidos da filha era churrasco, e no aniversário de 10 anos, comemorado nesta quarta-feira (28), ela queria era uma festa com carne assada pelo pai. Para deixar a menina mais alegre, os amigos e familiares fizeram uma festa suspresa por drive-thu. Emanuelly ficou na casa da madrinha enquanto a garagem da residência da família foi decorada para ‘receber os convidados’.

Nada substituiu a dor pela morte do pai, mas momentos de carinho e alegria fizeram a diferença no dia da Emanuelly.