
Tão preocupante quanto a explosão de casos de coronavírus e colapso do Sistema Único de Saúde, o SUS, é como a economia vai responder ao impacto da quarentena.
“A pandemia em si não é o que causa pobreza, mas a grande pressão nos sistemas de saúde dos países, o que se prevê que causará o aumento da desigualdade e pobreza absoluta pelo isolamento social, porque os fluxos econômicos serão brutalmente reduzidos, afetando o funcionamento das empresas”, afirma.
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Em todos os países que já possuem casos confirmados em grande quantidade, o governo federal precisou intervir para manter o sustento das famílias. Além de um auxílio, em dinheiro, enviado a população, como ocorre no Reino Unido e Estados Unidos, a suspensão de cobrança da utilização de água e energia também foi adotada por outros territórios.
Para Marta, está claro que os governos precisam agir.
“Há o risco de convulsão social, porque, com a incerteza da duração da quarentena, a falta de perspectiva e o desespero, podem ser geradas reações sociais preocupantes, e a contenção disso depende das respostas dos governos à recessão econômica”, explica.
Brasil
Depois de um mês do primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, o governo federal, em uma coletiva de imprensa, anunciou um programa de financiamento às micro e médias empresa para que possam manter a folha de pagamento ativa.
A Câmara também aprovou uma renda mínima a trabalhadores informais, que segue para votação do Senado.
Para Marta, o tempo é crucial.
“Estamos sentados em cima de um barril de pólvora, se ele vai explodir ou não vai depender da velocidade do governo em conter a expansão da pobreza e o auxílio ao sistema de saúde”, conclui.