Laboratórios disputam produção de vacina para o novo coronavírus. Foto: Divulgação / iStock)
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Nesta quarta-feira (18), a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou que concluiu a terceira fase de testes da vacina contra a Covid-19. Além disso, a empresa informou que os resultados mostraram uma eficácia de 95% do imunizante contra o vírus.

A vacina BNT162b2, desenvolvida em parceria com o laboratório alemão BioNTech, está sendo testada no Brasil e nos estudos não houve efeitos colaterais graves. Os testes também foram realizados com pessoas com mais de 65 anos e a vacina se mostrou mais de 94% eficaz nesta faixa etária. Os dados dos testes clínicos ainda não foram publicados em revista científica.

De acordo com o comunicado da Pfizer, os estudos da vacina analisaram 170 casos positivos e confirmados do novo coronavírus.

“A taxa de eficácia representa a proporção de redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado. Na prática, se uma vacina tem 95% de eficácia, isso significa dizer que a pessoa tem 95% menos chance de pegar a doença se for vacinada do que se não for.”

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A empresa também ressaltou que os dados de segurança exigidos pela agência americana de saúde para a autorização do uso emergencial foram alcançados. Dessa forma, a Pfizer informou que “em poucos dias” deve entrar com o pedido do uso emergencial do imunizante, mas não deram uma data específica.

Segundo informações da farmacêutica, a produção global da vacina deve chegar em 50 milhões de doses em 2020 e 1,3 bilhão de doses até o final do ano que vem.

Resultados dos testes clínicos

Durante os testes, a Pfizer analisou 170 participantes infectados com a Covid-19. Do total, 8 pessoas receberam a vacina experimental e 162 receberam placebo (substância inativa).

Além disso, os testes envolveram 43.661 voluntários entre os Estados Unidos, Brasil, Argentina, Alemanha, África do Sul e Turquia. De acordo com os resultados, a eficácia do imunizante começa a agir depois de 28 dias da aplicação da primeira dose. A vacina da Pfizer será administrada em duas doses.

Entre os eleitos colaterais apresentados pelos voluntários, 3,8% apresentaram fadiga e 2% tiveram dor de cabeça.

Pfizer no Brasil

Na terça-feira (17), o Ministério da Saúde informou que recebeu executivos da Pfizer no Brasil. No entanto, ainda não foram anunciadas compras da vacina pelo nosso governo.

“O objetivo é conhecer os resultados dos testes em andamento e as condições de compra, logística e armazenamento oferecidas pelo laboratório. A aquisição dos imunizantes deve ocorrer à medida em que os ensaios clínicos apontarem a total eficácia e segurança dos insumos e o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) for realizado”, informou a pasta da Saúde.

Imunidade de 1 ano

O diretor da alemã BioNTech, Ugur Sahin, disse no último dia 9 que espera que a imunidade da vacina dure pelo menos 1 ano.

“É uma excelente notícia. 90% é um número extraordinário. Outras vacinas que nós usamos hoje estão na faixa dos 60, 70%”, avaliou o médico Edson Moreira, coordenador dos estudos da vacina no Brasil. “A questão é a duração [da proteção] e a eventual necessidade de um reforço ou não, mas são coisas distintas”, completou.
Com informações do G1.