
Nesta terça-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dizer que não quer ser imunizado contra a Covid-19. “Eu, Jair Bolsonaro, não sou contra a vacina. Mas sou plenamente favorável a esse tratamento que nós temos no Brasil. Eu não posso falar como cidadão uma coisa e como presidente outra. Mas, como sempre, eu nunca fugi da verdade, eu te digo: eu não vou tomar vacina. E ponto final. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu. E ponto final”, disse.
A declaração foi feita durante uma visita à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paul (Ceagesp). De acordo com o presidente, um dos problemas que vê com a vacinação é a necessidade de ser aplicada novamente depois de um tempo. Além disso, também defendeu que a escolha das pessoas que não querem ser vacinadas deve ser respeitada.
“Desde o começo eu falei para o meu pessoal: esse vírus aí é uma chuva, vai pegar em todo mundo. E outra coisa. Você tomando a vacina, daqui a dois, três ou quatro anos, você vai ter que tomar de novo. Caso contrário, você vai ser infectado. Nós devemos respeitar quem não queira tomar, como de vez em quando alguma autoridade diz que tem que ser obrigatória. Não vai ser obrigatória”, rebateu.
Compra da vacina para o Brasil
Bolsonaro também disse que já assinou a Medida Provisória que prevê a liberação de R$ 20 bilhões para a compra da vacina. No entanto, não especificou para qual laboratório a verba será destinada.
“Qual vacina? Aquela que passar sob o crivo da Anvisa. Passou, a gente compra sem problema nenhum. Hoje tive com o relator da MP, conversei com ele, e ele vai botar no relatório dessa MP, até me poupa editar uma outra, entre outras coisas, que a vacina é para todo mundo, não é obrigatória, dizer também que vai ter uma cláusula lá que os laboratórios não se responsabilizam por efeitos colaterais, não interessa quais sejam. Vai ser para todo mundo, mas as condições são essas. É uma vacina que está sendo feita muito rápido. Nós vamos inocular algo em uma pessoa… nós temos que ter responsabilidade.”
O Chefe de Estado também questionou se os brasileiros estariam dispostos a receber a vacina sob essas condições. “Eu comecei a conversar com Pazuello para ele começar a mostrar que teria que olhar a bula desse medicamento e lá no meio está escrito que essa empresa não se responsabiliza por qualquer efeito colateral. Isso acende uma luz amarela. Você começa a perguntar para o povo, você vai tomar essa vacina se as condições são essas?”
Com isso, o presidente também pediu para que os prefeitos e governadores não adotassem novamente o lockdown. De acordo com ele, a medida traria o “caos e só Deus sabe o que vai acontecer com o Brasil”.
Termo de responsabilidade
Ainda essa semana, Bolsonaro anunciou uma medida provisória dizendo que as pessoas que forem ser vacinadas deverão assinar um “termo de responsabilidade“.
“A Pfizer é bem clara no contrato: “Não nos responsabilizamos por efeito colateral’. Tem gente que quer tomar, então toma. A responsabilidade é sua. Para quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação. A preocupação é o idoso, quem tem doença.”
Alguns especialistas da área jurídica e epidemiológica criticaram a decisão do presidente, alegando que a medida ergueria uma barreira na campanha nacional de vacinação.
Com informações do Correio Brasiliense.