
Após a falta de matéria-prima para a produção da Coronavac, imunizante contra a Covid19, o Instituto Butantan anunciou a paralisação na produção da vacina. O Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), material base para a fabricação do imunizante, vem da China e houve um atraso no envio das últimas remessas.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o laboratório aguardava a liberação do envio de 3 mil litros até esta quinta (13), mas até o momento, não há previsão de que a entrega vai ser autorizada e a produção da Coronavac vai ser retomada.
“Até o fim da semana passada, havia a perspectiva de autorização de exportação no dia 13. Na reunião de hoje, vimos que essa previsão não vai se cumprir. Portanto, não temos data neste momento para essa autorização. Estamos aguardando, isso pode acontecer a qualquer momento, mas por enquanto não há essa previsão”, explicou Dimas Covas.
Apesar da paralisação, um lote com 1 milhão de doses da vacina vai ser entregue ao Ministério da Saúde nesta sexta-feira (14).
Negociação
João Doria, governador de São Paulo, disse que se reuniu com o embaixador da China no Brasil para tentar negociar o envio do produto, mas não obteve sucesso até o momento. “Se não recebermos mais insumos para mais vacinas, infelizmente teremos que parar a produção“, disse Doria.
Ele ressaltou ainda que os recentes ataques de membros do governo federal contra a China podem ter influenciado na paralização da entrega do IFA. “Então, é muito importante que a diplomacia brasileira, o ministro das Relações Exteriores, os embaixadores possam atuar para que o governo chinês libere o embarque destes 10 mil litros de insumos da vacina do Butantan”, completou Doria.
Para a produção da Coronavac, do Instituto Butantan e da Oxford-AstraZeneca, na Fiocruz o Brasil depende de insumos chineses.
Na última quinta-feira (12), o Instituto Butantan cumpriu a entrega de todas as 46 milhões de doses da Coronavac previstas no primeiro contrato com o Ministério da Saúde. A partir daí, um novo acordo de 54 milhões de doses válido até setembro passou a vigorar.