
Os principais sintomas do novo coronavírus, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são febre, tosse e dificuldade para respirar.
De acordo com a entidade, no entanto, dores pelo corpo, congestão nasal, coriza, dor de garganta ou diarreia também podem estar presentes, geralmente leves e aparecendo gradualmente.
Saiba como identificar os sintomas mais comuns:
Febre
A febre pode ou não aparecer. Em pacientes jovens, idosos, imunossuprimidos ou que em algumas situações possam ter utilizado medicamento antitérmico podem não apresentar o sintoma, diz o Ministério da Saúde.
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), se a febre persistir por um tempo superior a três dias, é preciso procurar ajuda médica. O mesmo vale para recorrência de episódios febris em um período maior de 6 meses.
Já o infectologista Jean Gorinchteyn, do Emílio Ribas, também considera que a pessoa procure um médico caso a febre não melhore mesmo após o uso de medicações analgésicas.
Para amenizar a febre, a OMS recomenda algumas ações acompanhados ao uso de medicamentos.
A CFF indica:
- banhos de esponja com água morna
- banho de imersão em água morna
- uso de mantas finas
- utilizar roupas leves
- não cobrir demais o paciente
- manter o ambiente fresco
- ingerir líquidos para evitar desidratação
Dificuldade respiratória
A falta de ar é mais perceptível, segundo o infectologista Jean Gorinchteyn, normalmente quando há mais de 20 respirações por minuto.
Além da dificuldade em respirar, o paciente deve observar se está com os lábios ou pontas dos dedos roxas – ou, ainda, retração da musculatura do tórax, entre uma costela e outra, ou da fúrcula, que fica logo abaixo da garganta.
“Esses são os sinais que nos preocupam”, diz o médico.
Segundo o pneumologista Cássio Ibiapina, professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nas crianças a falta de ar é observada numa respiração mais acelerada, chamada que taquipneia.
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“Mas é importante ressaltar que em adolescentes e adultos essa sensação é mais difícil de perceber, pois o paciente sente às vezes uma opressão ou aperto no peito que não é valorizado como deveria”, diz o professor.
O cansaço também é um sinal que pode indicar presença da falta de ar. Se a dificuldade em respirar for presente, Sara Mohrbacher, clínica-geral e nefrologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, indica que o paciente procure um pronto-socorro ou médico para avaliação imediata.
O cansaço físico, no entanto, pode ser comum em processos virais ou infecções bacterianas, como gripe, influenza, dengue.
Ele recomenda quando é hora de procurar o médico: “Se esse cansaço é persistente, e em vez de melhorar, o paciente acaba piorando com o passar dos dias, desenvolvendo alguns sintomas respiratórios (como coriza, dor de garganta, tosse com secreção com expectoração), e se tem comorbidades ou faz algum tratamento oncológico, ele precisa ser avaliado, sim”, diz a médica.
Tosse
No caso da tosse, ela apresenta risco quando é seca, intensa e persistente, diferente de um pigarro eventual, casada com outros sintomas.
Mohrbacher explica que a tosse é um reflexo do corpo para proteger o organismo, especialmente a via respiratória.
“Ela é uma liberação abrupta de ar – com isso, a gente consegue eliminar e proteger as vias aéreas mais profundas, com intuito de limpar secreções”, reforça.
As causas, segundo o “Guia de prática clínica: Sinais e sintomas respiratórios – Tosse”, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), podem ser: infecções virais ou bacterianas, alergias, mudanças bruscas de temperatura, ambientes contaminados, cigarro, poeira, e uso de medicamento.
A tosse também pode ser sintoma de doenças como asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica, tuberculose e câncer de pulmão.
Tipos de tosse
A tosse pode ser seca ou com secreção. Mohrbacher reforça que, no segundo caso, é normal que, em qualquer processo viral, a secreção mude de cor com o tempo.
“As pessoas não precisam se assustar, pois essa secreção não significa que ela está com infecção bacteriana. É normal que, com a infecção viral, tenha secreção – e ela vai melhorando, normalmente, em duas ou três semanas”, ressalta.
O sangue pode estar acompanhado. Em pouca quantidade, pode significar que ocorreu em decorrência a um trauma provocado pelo excesso de tosse. Nesse caso, o sangramento para sozinho.
Se o sangue aparecer por tempo prolongado, procure um médico. Esse é um dos sinais da tuberculose e câncer do sistema respiratório.
Se houver falta de ar ou pressão baixa acompanhada à tosse, ou o paciente tiver doenças preexistentes como hipertensão, diabetes ou fizer algum tipo de tratamento, como hemodiálise ou quimioterapia, também deve procurar auxílio médico no caso de haver evolução do quadro.
“Se ela persistir, medicamentos podem ser úteis, mas devem ser prescritos por um médico”, diz o infectologista Leonardo Weissmann.