Foto: Nelson Perez / Riotur
Foto: Nelson Perez / Riotur

A Prefeitura do Rio de Janeiro comunicou nesta terça-feira (4) que a cidade não terá carnaval de rua pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia. O prefeito Eduardo Paes afirmou que, para ter blocos de rua, é preciso organizar com muita antecedência e voltou a citar que havia uma cobrança do patrocinador, que investiria quase R$ 40 milhões, para uma definição. “Diante desse cenário todo, eu chamei hoje as ligas dos blocos (…) e informei a eles da inviabilidade do carnaval de rua”, explicou.

Paes disse que propôs ao patrocinador que organize eventos ao longo de fevereiro, de graça, com os principais blocos, em três lugares da cidade onde pudesse haver controle. Ainda segundo Paes, a princípio a proposta não foi bem aceita porque os blocos têm uma relação com seus bairros e regiões. “Eles ficaram de fazer uma contraproposta”, disse.

Reação dos blocos

Em entrevista à GloboNews, Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, disse que a decisão do prefeito foi bem aceita pelos blocos, apesar da “tristeza” de todos, e que muitos pensarão em alternativas para apresentações em ambientes mais controlados. “Os eventos estão liberados, desde que a gente tenha a responsabilidade de testar as pessoas e de exigir o comprovante das duas doses”, comentou.

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Rodrigo Rezende, presidente da Liga Amigos do Zé Pereira, presidente da Liga Zé Pereira também confirmou que os blocos vão pensar em alternativas para marcar o carnaval sem desfiles. Rezende disse que já esperava pela proibição.

O portal G1 mostrou que a capital fluminense só alcança 2 de 5 indicadores para a realização de um carnaval seguro. O índice foi criado por Roberto Medronho (UFRJ) e Hermano Castro (Fiocruz), em outubro.

Os patrocinadores investiriam cerca de R$ 40 milhões na infraestrutura da festa, usados, por exemplo, na instalação de banheiros químicos. De acordo com o colunista do Globo Ancelmo Gois, um deles escreveu ao prefeito que “a saúde das pessoas deve vir em primeiro lugar”.

O comitê científico da Prefeitura havia informado em dezembro que, nas condições daquela data, era possível manter o carnaval. Um dia depois, o prefeito ressaltou que o posicionamento do comitê dizia respeito ao momento em que foi divulgado. “Esclarecimento: a manifestação do comitê científico de ontem [terça-feira (21)] diz respeito ao momento atual. Faltam 2 meses e meio para o carnaval. E, como já disse, vamos ter que diferenciar as diferentes formas de celebração. Estádio do samba (Sapucaí) permite controles. Na rua é mais difícil”, afirmou o prefeito no Twitter, no dia 22.