Desenho gráfico do coronavírus
Jundiaí tem 222 casos fatais de Covid-19. (Foto: freepik)

De acordo com especialistas que estudam a evolução do coronavírus, a nova variante chamada P.1 tem potencial de reinfectar pessoas que já tiveram a doença. No começo do ano, a P.1 foi identificada em Manaus.

No entanto, a análise exige cautela e os pesquisadores ainda aguardam estudos conclusivos. A imunologista e pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical da USP, Ester Sabino, participou de um artigo internacional sobre o “ressurgimento” da Covid-19 em Manaus. O artigo foi publicado na revista científica “The Lancet”.

Os cientistas analisaram a possibilidade de que as novas linhagens do SARS-CoV-2 podem escapar da imunidade gerada com a infecção anterior. No artigo é relatado que já houve pelo menos um caso de reinfecção associado à linhagem P.1  em Manaus.

“Já temos um caso descrito, mas ainda não sabemos com que frequência isso pode acontecer”, diz Ester Sabino.Além disso, o estado de São Paulo confirmou mais três casos da nova variante. Outros cinco estados também estudam casos suspeitos: Santa Catarina, Paraná, Ceará, Acre e Mato Grosso do Sul.
“Existe, sim, a possibilidade [de reinfecção pela nova variante]. Sobre a imunidade para o coronavírus, temos uma série de situações: pessoas que não desenvolvem o anticorpo de forma suficiente para ser detectado, pessoas que desenvolvem uma quantidade de anticorpos que ficam presentes no organismo por tempo limitado e também temos essa variante com modificações que o anticorpo produzido pode não reconhecer”, comenta a bióloga e doutora em saúde pública, Rute Andrade.

Encontrada em oito países

De acordo com o último boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado esta semana, a variante brasileira já está em oito países. O documento diz que a transmissão acelerada no Brasil é preocupante, mas estudos ainda são necessários “para avaliar se há alterações na transmissibilidade, gravidade ou atividade neutralizadora de anticorpos como resultado destas novas variantes”.

“No Brasil, onde a variante foi inicialmente identificada além da detecção em um grupo de viajantes do Brasil para o Japão, o número de novos casos semanais nas últimas duas semanas é relatado em níveis mais elevados em comparação com o de setembro a novembro de 2020, e novas mortes semanais aumentaram desde o início de novembro de 2020”, explicou a OMS.

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Com informações do G1.