
Em vez de reunir os fãs em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, uma banda de rock de Campo Limpo Paulista, sugeriu que todos se reúnam em atitude, em um ato de solidariedade.
A convocação é direta: “Não queremos sua audiência em uma live. Queremos que você nos ajude a manter as pessoas vivas”, diz uma publicação da banda @genomma_rock no Instagram. Para isso, os membros se comprometeram a retirar doações na casa dos doadores e levar até aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade em Campo Limpo Paulista.
“As doações serão entregues para famílias residentes no bairro Vila da Conquista, em Campo Limpo Paulista”, diz o vocalista Felipe dos Santos Schadt. “Queremos atingir o máximo de pessoas possíveis”.
Para que a banda atinja o seu objetivo, os membros e fãs se mobilizam.
“Estamos fazendo um esforço para montar cestas básicas e kits de higiene pessoal. Então alimentos não perecíveis e produtos de higiene são bem-vindos”, reforça Felipe.
Para doar, basta que o interessado entre em contato com a banda pelo perfil no Instagram e envie uma mensagem via direct.
“Nós conversaremos com a pessoa para combinar o que ela pode doar, hora e local para retirada do donativo. É importante deixar claro que iremos buscar a doação na casa da pessoa, pois queremos evitar que ela saia de casa”.
Sem live
Há 10 anos na estrada e com músicas autorais, a transmissão ao vivo, formato de show adotado por artistas de todo o Brasil, não foi uma opção para a Genomma Rock.
“Quando a quarentena começou, percebemos uma movimentação das bandas e produzirem lives para o Instagram. A gente pensou o contrário. Primeiro que para fazer uma live precisaríamos nos unir e furar a quarentena, além disso, achamos que poderíamos usar essa energia para ajudar pessoas. As famílias que vão passar fome durante a quarentena não querem assistir bandas tocando seu repertório acústico. Elas querem comer. Por isso resolvemos agir”.
Essa não é a primeira vez que a Genomma veste a camisa. Com o lema #MudarOMundo, 60% dos shows da banda antes da quarentena, foram beneficentes.
“Sempre passamos essa mensagem social seja nos nossos shows ou nas nossas músicas. Nós acreditamos que é possível mudar o mundo com ações pequenas, como doar sangue, reciclar seu lixo, cuidar dos animais abandonados e lutar contra a violência doméstica e contra a homofobia”, afirma o vocalista. “Ajudar essas famílias agora é a nossa maneira de contribuir para essa mudança”, emenda.
Corrente do bem
Em vez propagar o vírus, é hora de espalhar gestos de solidariedade e por isso, a banda sugere que outros grupos façam ações similares nas cidades em que foram acolhidos.
“Acredito que a música tem esse poder transformador que une pessoas em prol de algo”, concluiu Felipe.
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