Criança com máscara
Foto: Pixabay

De acordo com dados do Ministério da Saúde, já foram registrados 197 casos de crianças e jovens que desenvolveram Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) após contraírem Covid-19. Das pessoas atingidas pela síndrome no Brasil, 14 não resistiram à complicações e morreram.

Essa síndrome rara pode atacar pessoas de 0 a 19 anos de idade que já foram infectadas pelo novo coronavírus, inclusive aquelas que já se curaram da doença.

Pelo menos 75 diagnósticos foram de crianças de 0 a 4 anos, que representam 38% dos casos. Logo depois vêm a faixa etária de 5 a 9 anos, que somam 65 casos. Foram mais 49 casos com crianças de 10 a 14 anos e 8 casos com jovens de 15 a 19 anos.

“Esses casos começaram a ser reportados na Europa, nos Estados Unidos e depois aqui no Brasil. Eles foram classificados como uma síndrome inflamatória pós-Covid”, explica o infectologista e pediatra membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri.

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Pacientes com essa síndrome podem apresentar febre, manchas vermelhas pelo corpo, conjuntivite, dor abdominal, vômito, tosse, falta de ar, inchaço das articulações e dores gastrointestinais. A princípio, o primeiro critério para avaliação da SIM-P é que a pessoa tenha contraído coronavírus anteriormente.

O infectologista Kfouri diz que os sintomas da SIM-P são parecidos com a Síndrome de Kawasaki, que também atinge crianças e jovens, mas ainda não existem muitas certezas sobre a nova. “Ninguém sabe ainda o porquê de algumas crianças estarem tendo isso depois da Covid-19, e outras não”, afirma.

A principal diferença entre as duas síndromes é que a SIM-P tem mais frequência de casos com problemas gastrointestinais. Além disso, os pacientes também apresentam disfunção miocárdica e a Síndrome de Kawasaki costuma ser predominante em crianças de até cinco anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.

Casos no Brasil

A SIM-P foi registrada em 14 estados brasileiros. O estado do Ceará foi o que registrou mais casos, 41 no total. Em seguida vem os estados do Pará (24 casos), Rio de Janeiro (22), São Paulo (19) e Distrito Federal (19).

Outros estados com casos são:

  • Alagoas – 9
  • Bahia – 11
  • Espírito Santo – 8
  • Minas Gerais – 5
  • Paraíba – 6
  • Pernambuco – 9
  • Piauí – 6
  • Rio Grande do Norte – 9
  • Rio Grande do Sul – 9

Dentre os 14 óbitos pela síndrome, 9 foram de crianças de 0 a 4 anos. Os estados em que ocorreram as mortes são:

  • Bahia – 1
  • Ceará – 2
  • Pará – 3
  • Paraíba – 2
  • Pernambuco – 1
  • Piauí – 1
  • Rio de Janeiro – 3
  • São Paulo – 1

De acordo com o pediatra, o tratamento dessa nova síndrome é feito através de um suporte cardiovascular com medicamentos para o coração e para inflamação. Desde agosto a doença tem sido notificação obrigatória no Ministério da Saúde, conforme pedido da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Além disso, o ministério também disponibilizou uma plataforma online para que seja feito o monitoramento de casos de SIM-P desde julho.

 

Informações são do G1.