
Um sequenciamento genômico identificou uma variante , até então inédita, do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19. É uma recombinação da variante ômicron, encontrada em uma criança de 3 anos na cidade de São Paulo.
O levantamento feito pela Rede Dasa identificou que o vírus tinha informações da variante ômicron, mas com pedaços de uma segunda mutação.
“A diferença de variante para recombinante, é que as variantes são novas linhagens. Aqui, não. Houve uma mudança de pedaços de RNA viral. […]”, disse José Eduardo Levi, virologista da Dasa, ao Globo.
O laboratório já identificou, ao todo, três amostras que sofreram uma recombinação em seu trabalho de sequenciamento genômico. Além desta, que ainda não tem nome, a chamada Ômicron XE foi identificada por eles e pelo Instituto Butantan.
Nova linhagem
Para ser considerada uma nova linhagem do vírus, é necessário que haja outros quatro casos semelhantes relatados.
O professor do Instituto de Biologia da UnB, Bergmann Ribeiro, explica que eventos de recombinação entre vírus são muito comuns.
Isso ocorre quando uma pessoa é infectada por dois micro-organismos diferentes que entram em uma mesma célula. Nessa situação, o material genético deles pode ser intercambiado aleatoriamente.
“Esse tipo de evento, chamado de recombinação homóloga, pode resultar no aumento da variabilidade genética do vírus, com o aumento das chances de produção de novas variantes com potenciais riscos, como a evasão do sistema imune”, explica Ribeiro, em entrevista ao Metrópolis.
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