Profissionais utilizam EPIs em sala de testagem
Unicamp e Hemocentro de Ribeirão Preto foram credenciados nesta quarta (1º). (Foto: Reprodução/Unicamp)

A partir deste 1º de abril, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp também está habilitado a realizar testes para o diagnóstico da Covid-19. Com a inclusão da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, estima-se que haja um desafogamento da fila de exames do Instituto Adolfo Lutz, que até 31 de março, possuía uma fila de 14 mil testes aguardando resultado.

A força-tarefa para que o laboratório passe a analisar as amostras foi liderada pelo professor Marcelo Mori, do Instituto de Biologia (IB). A equipe destaca que os testes ainda não começaram a ser realizados. A partir de agora, o professor Alessandro Farias atuará como coordenador da frente de diagnósticos.

“A prioridade são as pessoas que estão na internação, pois elas precisam seguir num protocolo de cuidado específico para a Covid-19. É preciso verificar se as pessoas têm ou não o vírus para distribuir os leitos”, explica o professor Henrique Marques-Souza, coordenador de comunicação da iniciativa. Profissionais de saúde também serão testados.

Ampliação da testagem

A expectativa é que, depois dessa primeira etapa e se bem sucedida, a capacidade de realização de exames seja ampliada. Mas há desafios.

“Os reagentes são importados. O que acontece é que o mundo inteiro está em guerra contra o coronavírus comprando as mesmas munições [os reagentes]. E além disso, ao depender da importação, dependemos do transporte e da mobilidade, o que está afetado pela pandemia”, afirma Henrique.

Para o professor, fica claro que o Brasil precisa caminhar quando o assunto é fomento de criação de empresas de insumos e serviços de biologia molecular.

A captação de recursos para o trabalho também é outro obstáculo a ser superado, mas segundo Henrique, há editais de fomento; ele também cita a parceria de empresas.

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“Quanto mais as empresas ajudarem os cientistas a reduzirem os impactos da pandemia, menos eles vão sofrer por conta dos danos econômicos. Então está todo mundo caminhando na mesma direção”.

Mesmo com a ampliação de testes, a principal medida para o controle da doença segue passando pelo isolamento, até para evitar a superlotação dos hospitais.

“Se a gente tivesse um teste para todas as pessoas do país, não iria precisar do isolamento social. O problema é que não temos a como testar todos. Então, na dúvida, é melhor isolar todo mundo do que correr o risco, até porque cada pessoa contaminada passa para outras 2,5 pessoas, em média”, concluiu.