USP aponta caso de reinfecção por Covid-19 em paciente recuperada

Mesmo sendo raro, uma pessoa que já foi infectada pelo novo coronavírus pode voltar a testar positivo para doença. O estudo, divulgado na quarta-feira (5), é da Universidade de São Paulo (USP) e foi conduzido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP).

A pesquisa traz o case de uma técnica de enfermagem de 24 anos, que chegou a testar positivo para Covid-19 em um intervalo de 50 dias. Em 6 de maio, a mulher apresentou mal-estar, febre, congestão nasal, dores de cabeça e de garganta dois dias depois de ter contato com um colega de trabalho infectado. No dia 8, ela fez o exame RT-PCR, que identifica a doença por meio de materiais coletados no nariz e na garganta e o resultado foi negativo. No dia 13, a técnica de enfermagem repetiu o exame e o resultado foi positivo.

A segunda infecção ocorreu por volta do dia 27 de junho, quando sintomas gripais reapareceram. Além do mal-estar, da febre, das dores de cabeça e garganta, ela passou a sentir dores musculares, cansaço, diarreia, tosse e havia perdido o paladar e o olfato. No dia 2, de julho, a paciente refez o teste RT-PCR e testou positivo.

Segundo os pesquisadores, “a constatação traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde”.

Nas duas ocasiões, segundo publicou o G1, a técnica de enfermagem foi submetida aos testes sorológicos, com resultados positivos para anticorpos.

“O presente caso apresenta forte evidência não somente de reinfecção por Sars-Cov-2, como de recidiva clínica da Covid-19, de forma semelhante a apenas um outro caso clínico relatado em Boston (EUA)”, afirmam os pesquisadores da USP ao citar um artigo publicado no American Journal of Emergency Medicine, em junho deste ano.

Depois da segunda infecção, a técnica de enfermagem ainda se queixa de sintomas de sinusite e dor de cabeça, mesmo 33 dias após o surgimento dos sintomas.