Frascos de vacinas
Farmacêutica Moderna está sediada em Cambridge, nos Estados Unidos. (Foto: freepik)

A primeira possível vacina a realizar testes em humanos e apresentar resultados promissores pode estar disponível para a população já em janeiro de 2021, segundo a empresa farmacêutica Moderna, que fabrica o componente.

O relatório com os resultados, divulgado na segunda-feira (18), fez as ações da empresa dispararem 25%, de acordo com a CNN.

Nessa primeira fase de testes clínicos, oito voluntários receberam doses médias e altas. Todos desenvolveram anticorpos neutralizantes, similares ou superiores àqueles que já foram infectados e se recuperaram.

Esses mesmos anticorpos, se houver entrada do vírus, o incapacitam de atacar as células.

Mesmo promissor, há o alerta. Com a urgência de se criar uma vacina para a doença que já matou milhares de pessoas em todo o mundo, determinados protocolos estão sendo “pulados”, como é o caso da revisão e publicação do estudo em uma revista médica e a testagem da vacina em milhares de pessoas antes de chegar a fase 3, que deve ocorrer em julho, segundo a Moderna.

Apenas na fase 3, e não antes dela, milhares de voluntários participarão dos testes.

“Este é um período diferente”, afirmou Dr. Paul Offit, membro do comitê dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), que conduz o estudo.

Corrida global

Pelo menos oito desenvolvedores mundiais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estão realizando testes em humanos de possíveis vacinas contra a Covid-19.

Além da Moderna, sediada em Cambridge, nos Estados Unidos, duas outras também são norte-americanas, a Pfizer e a Inovio. Outra farmacêutica está na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e outras quatro na China.

Em janeiro, ainda antes da declaração de pandemia, o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional para Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, disse que farmacêuticas levariam entre 12 e 18 meses para levar uma vacina ao mercado.

À CNN, o médico Talo Zaks, chefe da equipe da Moderna, disse concordar com o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional para Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, que estimou entre 12 e 18 meses para que uma vacina chegasse ao mercado.

Segundo Zaks, a vacina deve ser entregue em algum momento entre janeiro e junho de 2021.

Mesmo assim, há precaução.

Como não existem garantias de que os anticorpos naturais evitem novas infecções, comparar uma possível vacina ao mesmo padrão de “imunidade”, é um alerta.

“Nós teremos que realizar testes de eficácia formal onde se vacinam muitas, muitas pessoas, e depois as monitoramos por meses para garantir que elas não adoecem”, finalizou Zaks.

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