Presidente Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução/Agência Brasil

Nesta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, neste momento, o Brasil não tem uma quantidade de mortes de crianças por Covid que justifique uma ação emergencial de vacinação infantil contra o vírus.

Para o Presidente da República, há “desconfiança” em relação aos supostos efeitos colaterais da aplicação de vacinas contra Covid-19 em crianças.

“Eu tenho uma filha de 11 anos. É uma vacina nova. Não está havendo morte de crianças que justifique algo emergencial. Tem outros interesses. Entra a desconfiança nisso tudo. Essa desconfiança, essa interrogação enorme que existe aí. Efeitos colaterais existem ou não existem? Quais são? Miocardite, entre outros”, declarou. De acordo com Bolsonaro, a decisão de vacinar os filhos cabe exclusivamente aos pais. “Se vai fazer bem ou não, os pais decidem.”

Durante a entrevista no Palácio do Planalto, Bolsonaro concordou com a declaração com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que afirmou nesta quinta-feira (23) que mortes de crianças “estão dentro de um patamar que não implica decisões emergenciais”.

Números oficiais

Na contramão do que o presidente alegou, os registros de mortes por Covid-19 mostram que, desde o início da pandemia, 2,5 mil pessoas entre 0 e 19 anos de idade perderam a vida por causa do vírus. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, dessas, 301 eram crianças que tinham entre 5 e 11 anos de idade.

Além disso, especialistas ressaltam que a contaminação pode causar a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) em crianças, que já teve mais de 1,4 mil casos e 85 mortes notificadas no país.

Vacina com prescrição

Marcelo Queiroga afirmou que o Ministério da Saúde recomendará a vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade apenas sob prescrição médica e assinatura do termo de consentimento dos responsáveis.

No entanto, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira Lula, divulgou nesta sexta-feira (24) uma carta, na qual informou que os Estados não irão exigir a prescrição para a imunização das crianças contra o vírus.

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