Pessoas com máscara e luva mexe no celular
Depois do WhatsApp, Facebook concentra maior número de fake news. (Foto: Envato Elements)

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou o resultado de uma pesquisa elaborada pela instituição sobre as fake news ligadas ao coronavírus no Brasil. O estudo mostra que 73,7% das informações e notícias falsas sobre o novo coronavírus que circularam entre os dias 17 de março e 10 de abril foram enviadas pelo aplicativo de troca de mensagens WhatsApp. Outras 10,5% foram publicadas no Instagram e 15,8% no Facebook.

O trabalho foi conduzido pelas pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Claudia Galhardi e Maria Cecília de Souza Minayo, com base aplicativo Eu Fiscalizo.

“Recebemos denúncias de diversas fake news circuladas no WhatsApp, principalmente, mas também no Facebook e no Instagram. São publicações pessoais, como “não acredite no coronavírus”, coisas assim”, diz Claudia Galhardi.

Segundo a pesquisadora, cerca de 30 mensagens relacionadas à Covid-19 foram contabilizadas pela equipe.

“As mídias digitais têm sido muito utilizadas. Circulam muitas notícias falsas sobre receitas caseiras, álcool produzido em casa, inclusive usando o nome da Fiocruz como fonte da informação, como se a orientação fosse da fundação ou de outras instituições”, completou.

Algumas das mensagens, inclusive, citam órgãos oficiais como fonte. 71,4% das notificas falsas que circularam no WhatsApp citam a própria Fiocruz como fonte.

No Facebook, as atribuições à instituição de pesquisa caem para 26,6%.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também estão mencionadas em, pelo menos, 2% do total das informações falsas analisadas.

Segundo o UOL, os dados obtidos até o momento estão sendo organizados e, até o início de maio será lançado um relatório detalhando os tipos de fake news, se são mentiras inventadas ou informações distorcidas, informou a pesquisadora da Fiocruz.

Aplicativo

Lançado no dia 10 de fevereiro como projeto de pós-doutorado de Cludia Galhardi e supervisão de Cecília Minayo, o app Eu Fiscalizo permite que os usuários possam notificar conteúdos impróprios em veículos de comunicação, mídias e redes sociais.

A ferramenta, disponível na PlayStore e Apple Store, aceita dois casos de conteúdo impróprios: os que violem os direitos das crianças e adolescentes ou que propaguem fake news. São aceitas denúncias de peças veiculadas por TV aberta ou por assinatura, serviço de streaming, jogos eletrônicos, cinema, espetáculos, publicidade e mídias sociais.

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“O aplicativo recebe notificações, mensagens, sugestões, elogios e denúncias de conteúdos nocivos nos meios de comunicação, entretenimento e mídias sociais. Podem denunciar conteúdos com relação a cenas de sexo, de violência. Incluímos publicidade, com a preocupação com o público infantil, a proteção em relação a publicidades enganosas e persuasivas”.

Com informações do UOL.