Djaime Seroni, ex-fumante
Foto: Prefeitura de Jundiaí

Celebrado neste 31 de maio, o Dia Mundial sem Tabaco de 2025 tem como foco principal desmistificar as estratégias da indústria do tabaco e da nicotina, que buscam tornar seus produtos cada vez mais atrativos, sobretudo para o público jovem. O alvo da campanha deste ano são os cigarros eletrônicos — dispositivos modernos, com sabores variados e design chamativo, que escondem riscos sérios à saúde.

Segundo especialistas, o apelo visual e sensorial desses produtos vem conquistando adolescentes e até crianças, ignorando a proibição da comercialização no Brasil. No entanto, os danos são graves: o uso de cigarros eletrônicos está associado a doenças cardíacas, diversos tipos de câncer, AVCs e à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

E-cigarros têm maior potencial de dependência, aponta especialista

O cardiologista Carlos Costa, coordenador do Programa de Assistência Intensiva ao Tabagista (PAIT) de Jundiaí, alerta que os cigarros eletrônicos possuem um agravante: “O dispositivo eletrônico ainda tem como agravante o fato de ter maior concentração de nicotina livre, o que facilita a absorção pelo pulmão e a chegada ao cérebro, aumentando o grau de dependência ao produto rapidamente.”

Ele ressalta que o cenário atual repete erros do passado: “A característica e o ambiente está levando ao uso e verificamos, cada vez mais, jovens e crianças utilizando e se tornando dependentes, apesar da proibição de comercialização no Brasil. Mas, assim como a população foi enganada no passado, quando a indústria colocou filtro nos cigarros e depois lançou cigarro com menor teor de nicotina para mascarar os perigos, agora, lançaram o cigarro eletrônico, que é ainda pior e tem causado muito sofrimento, doença e morte prematura”, lamenta.

PAIT Jundiaí amplia atuação com foco na juventude

Referência estadual, o PAIT Jundiaí já atendeu mais de 11 mil pessoas desde sua criação, em 2007. Com o aumento do uso de cigarros eletrônicos entre jovens, o programa passou a atuar diretamente nas escolas, com palestras e ações de conscientização.

“Temos os grupos e estamos desenvolvendo palestras para conscientizar sobre os malefícios do tabagismo e para disponibilizar nossos grupos”, explica Carlos Costa.

As reuniões do PAIT acontecem semanalmente em diversos locais da cidade:

  • Núcleo Integrado de Saúde – NIS (Av. Carlos Salles Block, 74 – 4º andar)
    Terças às 9h30 e quartas às 14h
  • CMEJA – Complexo Argos (Rua José do Patrocínio, 200)
    Segundas-feiras às 18h

Além disso, novas turmas são abertas mensalmente em outras unidades de saúde. Os encontros combinam atividades coletivas e individuais, com possibilidade de prescrição medicamentosa conforme a necessidade.

Exemplo de superação: 40 anos de vício vencidos com apoio

A trajetória do aposentado Djaime Seroni, ex-fumante por quatro décadas, é inspiradora. “Fui fumante por 40 anos e estou há cinco sem colocar um cigarro na boca. Sou prova do quanto o grupo ajuda, de que é possível largar o vício e ter uma vida melhor, independente da idade”, relata.

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