
Santos, litoral paulista, registra a segunda morte causada pela doença do pombo, a criptococose, que é causada por fungos nas fezes do animal, em menos de um mês.
Quando esses fungos são espalhados pelo vento podem ser inalados e, depois de instalados nos pulmões, migram para o sistema nervoso central, como aconteceu com o empresário José Wilson de Souza, de 56 anos.
Ele tinha uma rotina agitada, dividida entre trabalho, família e atividades físicas. Mas, em quatro meses, passou a sentir uma dor de cabeça insistente avaliada por mais de dez especialista.
Além disso, Wilson sentia-se cansado, apesar de aparentemente estar bem, até que foi internado no dia 6 de julho em um hospital da região e, 13 dias depois, sua família recebeu a notícia que ele havia falecido.
De acordo com sua esposa Ana Lúcia de Souza, 51 anos, Wilson procurava atendimento médico quase todos os dias até a internação. “Eram muitas injeções e a dor não melhorava”, recorda.
Diagnóstico e sintomas
Wilson passou por neurologistas, ortopedistas, clínicos gerais e cardiologistas, que não perceberam alteração em seus exames. Ele foi submetido a tomografias, exames clínicos e de laboratório e até ressonância magnética.
Diante de novos sintomas, como dor nas costas, insônia, formigamento e tremores, o empresário decidiu ir atrás de métodos da medicina alternativa, como acupuntura, RPG e Reiki. Além de remédios para síndrome do pânico.
“Ele recebeu diagnóstico inclusive de AVC. Em 6 de julho, caiu da cama e foi levado pelo resgate ao hospital. Um amigo médico foi vê-lo, pois não sabíamos o que fazer. Disse que ele tinha pegado um bicho bravo”, diz a mulher.
Wilson foi transferido à Santa Casa de Santos, no dia 9 de julho, onde morreu dez dias depois. “É uma doença grave. Depois de internado, nunca mais voltou do coma. Não imaginava algo tão grave”, diz a esposa.
Doença do pombo
Para o infectologista Jacyr Pasternak, a doença é muito perigosa. “O paciente pode parecer muito saudável, mas por dentro os fungos estão agindo. As consequências da meningite são muito graves”.
O também infectologista Marcelo Ramos explica que os médicos devem ser rápidos no diagnóstico. “A doença se instala com a imunidade baixa, mas todos estão vulneráveis a isso. Quanto mais rápido se identificar a doença, maiores as chances de cura”.

Fonte: A Tribuna