
Sofia Gaertner tem 34 anos, é gerente administrativa e mora em Gaspar (SC). Já Ísis Sobrinho, natural de Londrina (PR), tem 29 anos e atua na área de marketing. Há 8 anos, a história delas se cruzaram em um momento difícil: tratamento contra o câncer.
Tudo começou em 2011, quando Sofia trabalhava ainda como zootecnista no Mato Grosso do Sul, sentiu os primeiros sintomas da leucemia logo depois do batizado de seu filho, que tinha apenas dois meses e meio.
“O médico que fechou o meu diagnóstico disse que meu caso era grave e que eu deveria ir até Curitiba para me tratar por conta de um especialista que atende na cidade. Como tinha grandes chances de precisar de transplante de medula, lá teria mais recursos também”, revelou.
E foi nesta viagem em busca da cura que elas se tornaram amigas. “Nos conhecemos no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. A Sofia chegou para tratamento alguns meses depois que eu já estava lá. Nos vimos pela primeira vez logo que eu sai da UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Para ela, era tudo muito novo e eu já estava me recuperando depois de passar um bom tempo internada. Ficamos amigas rápido e logo começamos a compartilhar histórias e risadas”, recordou Ísis.
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“Ela entendia o que eu sentia”
Quando os médicos permitiam, as duas se encontravam nos quartos e corredores do hospital para conversar. Já quando não podiam, contavam com a ajuda das enfermeiras para trocarem “recadinhos”.
“A Ísis sempre foi uma amiga que entendia o que eu sentia, pois ela passava pelo mesmo tratamento, apesar de serem protocolos diferentes. E muitos dos sentimentos que eu tinha na época das quimioterapias eram difíceis de ser compartilhados com meus amigos e familiares. Era muito difícil me abrir com alguém e conversar com ela era fácil demais”, conta Sofia.
Para Ísis, que começou a luta contra a leucemia aos 21 anos de idade, o apoio de Sofia foi a base para a amizade duradoura. “Nos momentos tensos que estávamos vivendo o apoio mútuo preencheu os espaços vazios e construímos essa amizade”, diz.
Atualmente, curadas da doença, as amigas continuam inseparáveis e até as suas famílias se tornaram amigas. Nem os mais de 200 quilômetros que separam uma da outra são suficientes para afastá-las. “Quando passamos por momentos como esse, damos mais valor ao que temos e a amizade não fica fora disso”, afirmou Sofia.
“Hoje costumo falar que somos irmãs de sangue, afinal de contas foi nosso sangue que nos uniu”, concluiu Ísis.
Fonte: Sempre Família