
Hoje, 10 de outubro, é o Dia Mundial da Saúde Mental, que foi estabelecido em 1922 pela Federação Mundial da Saúde Mental com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância do bem-estar emocional.
Para celebrar a data, o Tribuna de Jundiaí conversou com a psicóloga Edna Dias, Mestre em Ciências da Saúde e especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, Psicologia Hospitalar e Neuropsicologia, que atua há mais de 30 anos na área, além de possuir formação em Psicologia de Emergências e Desastres, sobre os desafios da solidão.
Edna explica que há uma grande diferença entre “estar sozinho” e “sentir-se sozinho”. Estar sozinho que, na condição física, é estar sem companhia pode ser opcional. “Há momentos em que a pessoa prefere ficar só por um período de tempo, por exemplo, para poder focar sua atenção em refletir sobre algo, para uma tomada de decisão ou mesmo descansar para recompor suas energias. Observa-se que se trata de uma escolha e não há sentimentos negativos”.
“Sentir-se sozinho” se trata de uma experiência subjetiva de isolamento emocional.
“A pessoa pode estar rodeada de outras pessoas, mas sente-se sozinha, como se não fizesse parte, pode ter a sensação e o pensamento de que ninguém a compreende ou se importa com ela, que potencializa o seu isolamento”, detalha a Mestre em Ciências da Saúde.
Com base nas definições, o “sentir-se sozinho” pode afetar a relação da pessoa em várias vertentes da vida, como: autoestima, profissionalmente e socialmente. “Podemos dizer que “sentir-se sozinho, pode afetar a saúde mental, principalmente quando essa solidão for prolongada”, acrescenta Edna.
A pessoa que se sente sozinha vai apresentar alguns sinais de mudança de comportamento, na forma de expressão das emoções e dos pensamentos. Dias detalha que, por exemplo, a pessoa pode expressar tristeza duradoura e a sensação de vazio, perdendo interesse em coisas que, antes, eram prazerosas.
Outro ponto de atenção é o isolamento social, quando a pessoa se distancia de todas suas relações – familiares, amigos e colegas de trabalho.
Os sintomas físicos são alteração do sono, alteração do apetite, alteração de humor, fadiga, falta de energia, dificuldade de concentração e, em casos extremos, pensamentos autodestrutivos. E neste momento, é importante buscar ajuda profissional, aconselha Edna.
[tdj-leia-tambem]
Cuidados com a saúde mental quando se sentir sozinho
Edna destaca que o autocuidado e autoconhecimento são fundamentais para ter a saúde mental em boas condições, pois “quando nos conhecemos melhor, tomamos as melhores decisões e escolhemos coisas que nos fazem bem”.
E para enfrentar a solidão, é necessário adotar estratégias de autocuidado. “Cuidar de si significa se conectar consigo, que levará a uma reconexão com as demais pessoas. A autocompaixão é uma forma de lidar, aceitando a solidão como uma experiência comum, e que a maioria da pessoas já a vivenciou em algum momento de suas vidas, perceber a si mesmo com amor, cuidar de si, evitar autocrítica excessiva, fortalecer as relações positivas, interagir socialmente, mesmo que no início pareça algo difícil de se fazer, ampliar o círculo social, estar junto às pessoas que são suas relações de confiança, isso contribui para o seu resgate, isso ajuda o seu fortalecimento e reduz a sensação de isolamento que a solidão traz”.
Outra dica é a prática de atividades físicas que, segundo a especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, libera endorfina e estimula a sensação de prazer, bem-estar, motivação e felicidade.
A redução do acesso às redes sociais também pode contribuir para a recuperação, pois as pessoas fazem comparações de forma constante sobre a vida de outras pessoas. “Vale lembrar que essas postagens nem sempre revelam a verdadeira realidade das pessoas. Então, fica a dica, a rede social deve ser usada como algo que favoreça uma interação autêntica, conversas sinceras, evitando se tornar um consumidor de conteúdo de forma passiva”, alerta.
Edna finaliza que a solidão nem sempre é uma experiência ruim e pode ser positiva ou desafiadora, mas a escolha de tornar esses momentos de solidão como uma oportunidade de crescimento pessoal é totalmente do indivíduo, por isso conte com uma rede de apoio e com ajuda profissional.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		