
A Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP) já tem os primeiros resultados da pesquisa feita sobre o vírus da zika em mulheres grávidas. Há quatro anos o estudo vem sendo realizado no local.
Nesta segunda etapa, os especialistas acompanham o crescimento de 400 crianças e os problemas de saúde causados pela doença.
A pesquisa começou em agosto de 2016, com 813 grávidas. Deste total, nasceram 795 bebês e, destes, 53 apresentaram microcefalia, sendo que 8% deles têm relação com o vírus da zika.
“Em relação às gestantes, nós tivemos somente uma pequena porcentagem, que não chega a 8%, de sintomáticas. Então não dá para a gestante esperar os sintomas para fazer o diagnóstico de zika. Segundo: nós vimos que alguns grupos de gestantes têm uma maior facilidade de adquirir zika, por exemplo, as diabéticas e as hipertensas”, explica o médico infectologista Saulo Passos, que é o coordenador do projeto.
O médico diz ainda que, em relação às crianças, não foi detectado um número muito grande de microcefalia, mas de outras doenças infecciosas.
“Dessas mães que tiveram contato com o vírus e as crianças nasceram, 25% tiveram algum problema de visão. Nas crianças, o problema mais comum nas microcefalias mais graves são os neurológicos, digestivos. São crianças que choram muito, que têm atraso no desenvolvimento”, diz.
O coordenador do projeto reforça que a pesquisa ainda está em andamento e que os pesquisadores começaram a perceber que muitas das doenças só aparecem tardiamente.
“Por isso é importante que essas mães continuem no estudo, porque o mundo quer saber quando essa microcefalia é mais leve, o que essa criança pode ter. Nós vamos dar essa resposta em breve para o mundo”, reitera.]
A pesquisa deveria terminar em 2020, mas esse prazo não vai ser mantido, já que os pesquisadores precisam de mais tempo para analisar os sintomas das crianças.
Fonte: G1