
O Carnaval é uma época de celebração e diversão, mas também traz desafios para a saúde. Neste período, o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como o HIV, tende a aumentar, especialmente devido ao aumento das relações casuais e ao consumo de álcool, que muitas vezes leva à negligência no uso do preservativo.
A infectologista Dra. Maria José Kassab Carvalho, do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), alerta para a importância da prevenção e do sexo seguro durante a folia. Confira a seguir!
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Prevenção combinada
De acordo com a mandala de prevenção combinada do Ministério da Saúde, há três principais formas de prevenção ao HIV:
- Testagem Regular: realizar exames após a exposição ao risco.
- Uso de Preservativo: apesar de sua eficácia, é adotado por menos de 60% da população.
- Profilaxia Pré e Pós-Exposição (PrEP e PEP): a PrEP é uma medicação diária para prevenção, enquanto a PEP é uma medida emergencial após a exposição ao HIV.
Dra. Maria José lembra que a principal forma de transmissão do HIV é através do sexo desprotegido, seja por relações orais, vaginais ou anais. O vírus também pode ser transmitido por via percutânea, em casos de acidentes com objetos perfurocortantes contaminados, ou por transmissão vertical, de mãe para filho, durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Sintomas do HIV: como identificar a infecção inicialmente?
Os primeiros sintomas do HIV podem surgir cerca de duas semanas depois, com sinais semelhantes a um quadro viral. Entre os sintomas mais comuns estão dor de garganta, febre, manchas pelo corpo e inchaço dos gânglios linfáticos, especialmente na região cervical. Contudo, esses sinais costumam ser leves e podem passar despercebidos. Depois dessa fase inicial, o vírus entra em um período de latência, onde não há sintomas aparentes.
“No estágio de latência, o diagnóstico só é possível por meio de exames específicos. O teste rápido, por exemplo, só detecta a infecção após 30 dias da exposição ao vírus”, explica Dra. Maria. Esse período de latência pode durar de 5 a 10 anos antes que a imunidade seja comprometida e sintomas graves da AIDS apareçam.
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Diagnosticar o HIV de forma confiável
A testagem é uma parte fundamental da prevenção e diagnóstico precoce. O teste rápido de HIV pode ser encontrado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), oferecendo um exame de alta sensibilidade. No entanto, ele não detecta infecções ocorridas nos últimos 28 dias devido à janela imunológica.
Já a sorologia laboratorial é um método mais preciso, com maior sensibilidade. Se o teste der positivo, é seguido de um exame confirmatório rigoroso para evitar diagnósticos equivocados, considerando o estigma social ainda presente. Embora existam testes rápidos de farmácia, é sempre recomendado procurar um CTA ou UBS, onde profissionais capacitados realizam o exame, garantindo maior confiabilidade.
Tratamento do HIV
É importante compreender a diferença entre HIV e AIDS. O HIV, quando diagnosticado precocemente, permite que a pessoa inicie o tratamento antes da queda significativa da imunidade, enquanto a AIDS representa o estágio avançado da infecção.
“Desde 2013, o tratamento do HIV é universal e altamente eficaz. A terapia inicial consiste em dois comprimidos diários, contendo três antirretrovirais: tenofovir, lamivudina e dolutegravir. Com adesão correta, a carga viral pode se tornar indetectável em até seis meses, permitindo uma vida saudável e sem transmissão do vírus”, explica Dra. Maria José.