hospital sao vicente tem paciente com intoxicacao por metanol
Foto: Divulgação/Hospital São Vicente de Paulo | franticstudio/Canva

O Hospital São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí, confirmou paciente na unidade diagnosticado com intoxicação por metanol. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), com sede em Campinas, validou o diagnóstico.

A ocorrência foi prontamente notificada ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e à Vigilância Sanitária Municipal. Ambos os órgãos acompanham o caso de acordo com os protocolos de saúde pública vigentes.

Medidas adotadas seguem protocolos de saúde

Conforme determina a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o hospital não divulgará detalhes sobre o estado clínico ou identidade do paciente. No entanto, o HSV reforça que todas as medidas de segurança e assistência estão sendo tomadas com base nas orientações técnicas e legais.

Riscos da ingestão de bebidas com metanol

A intoxicação por metanol costuma estar relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, situação que representa um risco grave à saúde pública. O Procon Jundiaí já havia emitido alertas sobre esse perigo, principalmente em relação à venda de produtos de origem duvidosa.

O consumo de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol em São Paulo criou um alerta crítico entre autoridades de saúde, especialistas e entidades médicas. Pelo menos oito pessoas podem ter morrido após ingerirem destilados adulterados, enquanto outras permanecem internadas em estado grave.

Logo após o incidente, um jovem relatou cegueira temporária após consumir gin em uma adega na região metropolitana; o amigo dele está em coma desde o final de agosto.

As investigações apontam que as garrafas tinham lacres aparentemente intactos, o que reforça a suspeita de falsificação sofisticada.

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O que é o metanol e por que ele é tão perigoso

Diferente do etanol — o álcool presente nas bebidas alcoólicas comuns — o metanol é uma substância extremamente tóxica ao organismo humano. Utilizado na indústria química e em solventes, ele se converte, ao ser metabolizado, em formaldeído e ácido fórmico. Essas substâncias atacam principalmente olhos, rins, fígado e o sistema nervoso central. Mesmo pequenas quantidades ingeridas podem causar cegueira, coma ou morte.

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais de intoxicação por metanol podem aparecer horas após a ingestão. Além disso, muitas vezes, é possível confundi-los com uma ressaca comum. Fique atento aos sinais de alerta:

  • Visão turva ou embaçada;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas e vômitos;
  • Dor abdominal;
  • Dificuldade para respirar;
  • Sonolência ou confusão mental.

Casos graves podem evoluir para acidose metabólica, convulsões e falência múltipla de órgãos.

Resposta médica e protocolos de atendimento

A detecção precoce da intoxicação por metanol é essencial para a eficácia do tratamento. Os protocolos incluem a administração de antídotos como etanol ou fomepizol, que competem com o metanol e evitam sua conversão em substâncias tóxicas. Em casos críticos, recorre-se à hemodiálise, que remove o álcool e seus metabólitos do sangue.

Conselho Brasileiro de Oftalmologia emitiu um alerta sobre o risco coletivo desse surto. Associações de bebidas reforçam a necessidade de fiscalização rigorosa, uma vez que os produtos adulterados chegam ao consumidor por meio de canais aparentemente confiáveis.

Enquanto as investigações continuam, especialistas recomendam que o consumidor compre bebidas apenas em locais confiáveis, verifique rótulo, lacre e procedência dos produtos; e procure atendimento médico urgente ao apresentar sintomas após consumir álcool.