
Em menos de oito horas, as equipes do Hospital de Clínicas da Unicamp e do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo fizeram, nesta quarta (28), a captação de órgãos para pessoas que aguardam na fila do transplante. Foram dois doadores, que vão ajudar pacientes na espera por córneas, fígado, coração, pulmões e rins.
Um dos pacientes tinha 39 anos e faleceu vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC). A mãe, Neide Maria Costa, explica que o filho nunca conversou sobre ser doador e que a decisão foi inteiramente da família. “Nós conversamos com os médicos e com o psicólogo para entender melhor sobre o procedimento. Me sinto bem apesar do momento delicado, pois sei que essa atitude poderá ajudar muitas pessoas que esperam um órgão”.
O outro caso é de um rapaz que sempre expressou o desejo de doar órgãos, como contou o irmão, Danilo Nascimento de Assis. “Foram doados coração, pulmões, fígado, rins e córneas. Estou grato pelo tempo que passei com ele em vida, em família e grato pela oportunidade de poder com os órgãos, beneficiar pessoas que precisam”.
A médica cirurgiã do aparelho digestivo e especialista em transplante hepático da Unicamp, Simone Reges Perales, conta que, além de um estagiário do hospital, os alunos do segundo, terceiro e quarto ano de medicina de Campinas também participaram da cirurgia. “É fundamental para o aprendizado deles. Temos muitos residentes que são de cidades do nordeste, do sul e do norte do país. Geralmente, quando terminam os estudos, esses profissionais voltam para suas cidades e replicam lá toda a vivência que adquiriram aqui. Isso aumenta o número de captações e transplantes, o que é ótimo, pois temos uma necessidade muito grande no país”.
Doadores
Responsável por todo o processo, desde o contato familiar até acompanhamento do procedimento, a Comissão Intra Hospitalar de Transplantes (CIHT) registrou, nos dois últimos anos, 21 doadores. Essa é a terceira captação realizada no ano de 2021.
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“Toda a equipe do hospital está de parabéns. A instituição conta com uma busca ativa de doadores que sempre são muito bem cuidados. É uma atenção que não vemos em qualquer lugar, além de sermos sempre recebidos com muito profissionalismo. Por diversas vezes cheguei aqui e o paciente já estava na sala, com toda a equipe preparada, todo mundo disponível para podermos começar o procedimento com bastante tranquilidade. O São Vicente é um lugar onde ficamos felizes de vir. Sabemos que teremos todo o suporte adequado de materiais e equipamentos, que todos irão no auxiliar com o intuito de ajudar não só a nossa equipe, mas também os receptores dos órgãos captados”, parabenizou Simone.