
Nesta sexta-feira (31), data em que o Halloween ganha destaque em todo o mundo, filmes e séries de terror dominam as telas — e com eles, surgem relatos de taquicardia, suor frio, ansiedade e até desmaios. A psicóloga Thaise Goes Carneiro explica, em entrevista ao Tribuna de Jundiaí, que “a explicação está na forma como o cérebro interpreta o medo, mesmo quando sabemos que aquilo é ‘só um filme’. O cérebro não diferencia completamente o que é real do que é imaginado”.
Durante cenas intensas, o sistema nervoso simpático é ativado — o mesmo que reage diante de situações reais de perigo. “Isso libera adrenalina e cortisol, hormônios que preparam o corpo para reagir com a famosa resposta de luta ou fuga”, detalha Thaise.
Entre os sintomas mais comuns estão:
- Batimentos cardíacos acelerados;
- Respiração ofegante;
- Tensão muscular;
- Sensação de pânico ou alerta.
Quando o cérebro confunde o real com o imaginário
Segundo a especialista, a intensidade da reação depende do significado que a pessoa atribui ao estímulo. “Se alguém associa o escuro, sangue ou gritos a algo realmente perigoso, o cérebro interpreta esses sinais como uma ameaça verdadeira”, comenta.
Esse processo ativa pensamentos automáticos, como “algo ruim vai acontecer comigo”, levando o corpo a reagir como se estivesse em risco. Pessoas mais sensíveis à ansiedade ou com histórico de traumas tendem a apresentar respostas ainda mais intensas.
O lado positivo do medo
Apesar de causar desconforto, o medo é uma emoção natural e protetiva. “Ele surge antes mesmo de termos tempo de pensar. É uma reação instintiva de autoproteção e também pode gerar uma descarga de adrenalina prazerosa, especialmente em quem gosta de se sentir desafiado”, afirma Thaise.
Como controlar o medo, segundo a TCC
Para quem sente mal-estar ao assistir produções de terror, Thaise indica estratégias baseadas na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):
- Identifique gatilhos: sons, imagens ou temas que causam desconforto;
- Pratique respiração consciente: acalme o corpo e reduza a resposta de estresse;
- Reestruture pensamentos: lembre-se de que é apenas ficção e de que o ambiente é seguro;
- Exponha-se gradualmente: comece por filmes mais leves e aumente o nível aos poucos.
“A ideia não é forçar ninguém a assistir o que causa sofrimento, mas compreender a reação do corpo e da mente. Com autoconhecimento e técnicas adequadas, é possível transformar o medo em algo mais leve”, conclui.
Neste Halloween, sinta o medo — com consciência
O medo pode ser tanto um professor quanto uma forma de diversão. Neste Halloween, permita-se sentir, mas com equilíbrio. Afinal, como lembra Thaise: “A diferença entre o pavor e a diversão está na forma como você pensa sobre o medo”.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		