
Cláudio Pagotto, de 73 anos, e seu filho, Vítor Pagotto, de 45, são conhecidos em Jundiaí quando o assunto é urologia. Os dois, médicos especializados na área, atuam na cidade há vários anos em uma clínica conjunta, além de serem professores na Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ).
O Pagotto pai, por exemplo, é figura carimbada dentre os médicos de Jundiaí: somente como professor na FMJ já são 45 anos, tendo sido mentor da primeira turma formada na instituição. No Hospital São Vicente foram 25 anos de trabalho e, agora, se dedica a atender no seu consultório com seu filho.
Nesta sexta-feira (18), data em que é comemorado o Dia do Médico, o Tribuna de Jundiaí conversou com os dois, para saber sobre a influência que passou de pai para filho e também sobre a relação de ambos com a medicina, profissão que escolheram para a vida e de tanta importância para a sociedade em um todo.
Para Cláudio Pagotto, a medicina surgiu na sua vida como a escolha mais óbvia: ele sempre se interessou mais por matérias que abordavam ciências, biologia e conteúdos correlatos. “Era uma tendência eu ir para essa área. Quase fiz odontologia, mas um primo fazia medicina e me falou sobre a faculdade”, relembra.
Depois de formado e com a especialização em urologia finalizada, um dos seus professores lhe disse que havia uma demanda por médicos urologistas em Jundiaí, já que não havia nenhum: os pacientes necessitavam se deslocar para Campinas ou São Paulo.
“Eu sou de Capivari, interior de São Paulo, e me mudei para cá. Era 1974. E eu fiquei por aqui. Hoje é a cidade do meu coração, que eu escolhi. Tenho meus filhos e netos aqui. Inclusive uma neta que também está fazendo medicina”, continua Pagotto.
Pai de três filhos, ambos brincavam com seu estetoscópio e outras ferramentas médicas quando crianças. Mas foi somente Vítor que decidiu seguir os passos do pai – em um caminho que, assim como o do pai, foi natural.
“O interesse surgiu desde a infância. Eu estudava no SESÃO e meu pai ficava em um ambulatório dentro da escola, por meio de um setor de prestação de serviço de saúde. Eu costumava brincar lá na frente, ficar na recepção e acompanhar ele. Surgiu dali uma admiração pela profissão, que cresceu ainda mais depois da faculdade, motivo pelo qual segui a mesma área de especialização”, explica Vítor.
E, para ele, trabalhar com o seu pai é muito gratificante. “Eu sou pai e, ao ver meus filhos, tudo o que quero é que eles trilhem um caminho certo e exerçam bem a profissão, independente da área que elas sigam. E, no caso do meu pai, ter o filho trabalhando com ele, deve ser muito gratificante. Para mim também é. Vou sentir muita falta quando ele aposentar”, continua.
Para os dois, mais certo do que o caminho que trilharam para que exercessem essa profissão, é o amor que sentem pela medicina e pelo trabalho diário de cuidar do próximo.
“Ser médico é dedicação, respeito ao paciente. A relação com o paciente é extremamente importante, porque ele coloca todas as fichas da sua saúde em você e precisa confiar em você. É uma profissão muito bonita, onde você pode ajudar as pessoas”, reflete Cláudio.
Para Vítor, que começou a trabalhar na área no final de 2002, o mais bonito da profissão as amizades que você faz. “Eu já perdi alguns pacientes mais idosos e você os tem como amigos. Alguns pacientes passaram 15 anos aqui no consultório comigo, a cada seis meses se consultavam, e você sente muita falta quando se vão. É uma profissão que exige muito da gente, mas o retorno é muito positivo”, finaliza o Pagotto filho.