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Foto: Hospital São Vicente de Paulo

Com o foco voltado para a Covid-19, a prevenção à dengue acabou ficando esquecida. Somente neste ano, de acordo com o Ministério da Saúde, foram contabilizados mais de 1 milhão de casos prováveis de dengue, e entre janeiro e meados de junho, foram registradas mais de 500 mortes pela doença.

A dengue é caracterizada como uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, ou seja, que pode apresentar ampla manifestação clínica, variando de casos assintomáticos a graves.

Porém a prevenção à doença é mais fácil, exigindo apenas atenção e disciplina. Transmitida pela fêmea do mosquito, que se reproduz em locais que contenham água parada, a dengue acaba sendo mais comum no verão e em épocas de muita chuva. 

Fácil de identificar, o mosquito causador da doença é preto com listras brancas em seu corpo, e carrega consigo o vírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae.

“Para evitar ser picado pelo mosquito o indivíduo deve passar repelente diariamente nas áreas expostas do corpo como rosto, orelhas, pescoço e mãos. Em locais com presença de mosquitos, orientamos para o uso de roupas que cubram todo o corpo, além de que, se possível, colocar telas de proteção em todas as janelas e portas da casa”, explica a enfermeira Bárbara Garcia, do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS) do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV). 

Sintomas

Dentre os sintomas da dengue estão:

  • Febre, geralmente acima de 38°C;
  • Dores de cabeça;
  • Dores musculares e nas articulações;
  • Dores atrás dos olhos;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Exantema, erupção geralmente avermelhada que aparece na pele devido à dilatação dos vasos sanguíneos ou inflamação.

“Entre o terceiro e sétimo dia, o paciente pode apresentar melhora ou apresentar sinais de alerta para a forma grave com sintomas de dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, letargia e/ou irritabilidade, e sangramento de mucosa”, reforça Bárbara. 

Infecção é séria e preocupante

A possibilidade da reincidência da doença é preocupante. Hoje, no Brasil, o vírus conta com quatro variações diferentes que causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que a pessoa pega um tipo do vírus, não pode ser mais infectado por ele.

Caso ocorra um segundo episódio da doença, os sintomas se manifestam de forma mais grave, afinal, existe uma certa sensibilização do sistema imunológico que dá uma reação acentuada da anterior. 

As principais formas de diagnosticar a dengue são o isolamento viral e o teste sorológico. A sorologia é considerada um método de rotina e a coleta de sangue não exige preparo e nem jejum.

“Temos disponível no Brasil a vacina que protege o corpo contra a infecção. A imunização é indicada para pessoas até 45 anos que já tiveram dengue várias vezes e que moram em locais com incidência de casos. A vacina não é disponibilizada pelo SUS e só está disponível em clínicas particulares. Ainda assim, existe um tratamento completo disponibilizado pela rede pública feito por meio de reposição volêmica, com o aumento de ingestão de líquidos, seja via oral ou por meio da administração de soro para diminuição dos sintomas apresentados. O médico é que avalia a gravidade da doença, para que seja determinadas as decisões clínicas, laboratoriais, de hospitalização e terapêuticas”, disse a enfermeira.

Como conter a dengue

Para deter o mosquito da dengue, é preciso tomar atenção a locais de água parada e possíveis reservatórios de água, como pratos de vasos de flor, garrafas com a boca para cima, calhas de canos, lixo em terrenos baldios, baldes, caixas d’água, piscinas, pneus ao abrigo da chuva e da água, copos plásticos e tampas de refrigerantes.

É importante também furar latas de alumínio antes de ser descartados para não acumular água, e lavar bebedouros de animais pelo menos uma vez por semana. 

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