Dra. Daniele Sponchiado
Foto: Divulgação/ HSV

A queda de cabelo é uma preocupação frequente entre homens e mulheres e, muitas vezes, desperta dúvidas sobre o que é considerado normal. Ver fios caindo no banho, no travesseiro ou na escova pode gerar ansiedade, mas nem sempre significa doença.

De acordo com a médica clínica geral do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) e especialista em dermatologia, Dra. Daniele de Mola Sponchiado, entender o comportamento dos fios é fundamental para identificar quando é hora de buscar atendimento.

“Os fios de cabelo têm um ciclo e podem, em determinados períodos da vida, apresentar uma queda mais expressiva. Em média, 85% dos fios estão em fase de crescimento, e a velocidade desse crescimento é de aproximadamente 1 cm por mês. A queda considerada normal varia entre 30 e 100 fios por dia, especialmente durante a lavagem ou escovação”, explica a médica.

Principais causas da queda capilar

Entre os fatores mais comuns que levam à perda de cabelo estão as questões genéticas e hormonais. A alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície, costuma se manifestar de forma diferente em homens e mulheres: neles, a queda é concentrada no topo e na região frontal; nelas, ocorre de maneira difusa, em toda a cabeça. Outros gatilhos também podem afetar a saúde dos fios.

“Doenças da tireoide, anemias, dietas restritivas e deficiências nutricionais, como de ferro, zinco e vitamina D, também podem desencadear a queda dos fios. Além disso, infecções virais como dengue e covid-19, o pós-parto, cirurgias, estresse intenso e emagrecimento severo podem provocar o eflúvio, um tipo de queda acentuada e temporária que dura de dois a seis meses”, afirma Dra. Daniele.

Exames e tratamentos disponíveis

Para chegar ao diagnóstico correto, o médico pode solicitar exames laboratoriais, como hemograma, avaliação de vitaminas e da função tireoidiana. Em situações específicas, a investigação inclui biópsia do couro cabeludo ou tricoscopia, exame não invasivo que analisa estrutura e folículos capilares.

Segundo a especialista, o tratamento varia de acordo com a causa identificada. “Para o tratamento, pode-se utilizar medicamentos tópicos e orais, além de terapias com aplicações locais injetáveis e laser”, aponta.

Hábitos que ajudam na prevenção

Além das intervenções médicas, manter uma rotina de cuidados é essencial para a saúde dos fios. A alimentação equilibrada, a redução do uso de produtos químicos agressivos e a moderação no uso de ferramentas de calor fazem diferença no longo prazo. Para completar, lavar os cabelos com regularidade ajuda a controlar a oleosidade e evitar resíduos que prejudicam o couro cabeludo.

“Em caso de aumento repentino na queda ou falhas no couro cabeludo, é fundamental procurar um médico especializado em dermatologia para o diagnóstico e tratamento adequados”, reforça a clínica geral do HSV.