
Em menos de seis meses de 2021, a cidade de São Paulo registrou mais que o triplo dos casos de dengue registrados no ano passado inteiro, segundo dados do último boletim epidemiológicos de arboviroses da prefeitura paulistana. Até 22 de junho, foram 6.408 casos da doença na capital paulista. Em 2020, ao todo, foram 2.009 registros.
Uma das razões para o baixo número do ano passado é o isolamento social realizado na pandemia de covid-19. “O isolamento ajudou enquanto forma de manter as pessoas em casa. Não por evitar aglomeração, mas porque a movimentação das pessoas faria o vírus se disseminar em diversas regiões”, disse ao R7 o virologista Maurício Nogueira, ex-presidente da SBV (Sociedade Brasileira de Virologia). Segundo ele, o menor deslocamento de pessoas entre diferentes regiões do país interferiu para a baixa dos casos.
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O que fez os registros voltarem a subir este ano, na avaliação de Nogueira, teriam sido as festas de fim de ano, de carnaval e a consequente movimentação das pessoas expostas a locais de foco do vírus.
O virologista aponta também que o elevado número de casos de 2019 e a alta de 2021 estão ligados à aparição de uma nova variante, que, dentro de dois anos, deverá se espalhar pelo país e causar uma nova epidemia de dengue. “A epidemia que vimos em 2019, agora vai disseminar em 2021 e 2022, e começar a gerar casos Brasil afora”, afirmou.