
Toda segunda-feira, cerca de 30 mulheres aprendem mais sobre tricô, crochê, vagonite, macramê, ponto cruz, patch aplique na Unidade Básica de Saúde (UBS) Esplanada. As atividades fazem parte da iniciativa do Grupo Mãos Arteiras e têm refletido na saúde mental e na qualidade de vida das participantes. As atividades artesanais complementam as Práticas Integrativas e Complementares (PICS) ofertadas pelo equipamento de saúde de Jundiaí.
Com um sorriso no rosto, a professora aposentada Eliana Zorzi, de 71 anos, contou que o grupo deu um novo sentido para seus dias. “Vim após um convite e faz seis anos que participo. É um grande motivo para eu sair de casa. Aprendo a cada encontro e conheço muitas pessoas. Eu precisava dessa convivência, principalmente depois que parei de trabalhar”, frisou.

Já para a pensionista Rosa Maria Cabrero, também de 71 anos, o grupo ajudou com a saúde e a solidão. “Eu já estava com problemas de saúde e ficava muito só. Agora, eu venho, dou risada, falo besteiras, me divirto com as colegas”, conta.
Criado em 2017, para a oferta de atividades artesanais como forma de terapia, a iniciativa atua na promoção da saúde de maneira integral. A gerente da UBS, enfermeira Fabiana Montoro Novo, ressalta que o reflexo se dá a partir da diminuição do uso de medicamentos e de doenças como ansiedade e depressão, entre outras tantas. “Enquanto aprendem e produzem, elas conversam, se socializam, o que melhora a saúde física e mental. Além disso, ocorre o estreitamento do vínculo como o serviço de saúde, tão importante na Atenção Básica”, enfatizou.
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Mais Práticas
Enquanto as mulheres bordam, no grupo de dor, os usuários fazem acupuntura, auriculoterapia e ventosaterapia – tratamento natural para melhorar a circulação sanguínea em um local do corpo. Atualmente, cerca de 10 PICS são ofertadas na Esplanada pela equipe da UBS e pela equipe multiprofissional do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF).
“São atendimentos multidisciplinares, que vão além do consultório, considerando a doença em si e trazendo bem-estar, saúde e ferramentas para que os pacientes aprendam o autocuidado. O sucesso pode ser comprovado a cada consulta, quando vemos pacientes mais alegres, dispostos e com sentimento de pertencer ao espaço”, acrescenta a médica da UBS Esplanada, Fernanda Fumagalli Bifani.
Na quarta sessão do grupo de dor, o aposentado Paulo Bentini, de 74 anos, confessa que gosta de receber os cuidados e também de bater um bom papo. “Eu não sabia que tinha essas possibilidades e é bem diferente. Eu tive um AVC e sou muito ansioso. Estou melhorando muito. Gosto bastante do que estão fazendo e de estar aqui, conversando com a equipe”.

No Município, todos os equipamentos da Atenção Básica ofertam Práticas Integrativas Complementares. Para participar, basta o usuário procurar a unidade de referência para se informar sobre a programação.