
Pouco se conhece sobre a placenta acreta (ou acretismo placentário), que é uma condição em que a formação da placenta ultrapassa os limites esperados dentro do útero, fixando-se na parede uterina.
Em casos mais graves chega a outros órgãos adjacentes, como bexigas e intestinos, trazendo riscos para a saúde da mãe e filho. Esta é uma condição rara e vem aumentando progressivamente pelo fato do número elevado de partos realizados por cesáreas.
Nem sempre a placenta acreta é perceptível antes do parto, especialmente por ser uma condição que geralmente não apresenta sintomas. O diagnóstico só é possível por meio de ultrassonografia e ressonância magnética, quando o médico suspeita do problema.
Como foi o caso de Daiane da Silva Marques, de 26 anos, que grávida pela quarta vez, sendo duas cesáreas e uma curetagem por abortamento, ela internou no dia 27 de março com 27 de gestação.
Após exames durante o pré-natal, foi diagnosticada com placenta acreta. Ela teve que permanecer internada por apresentar riscos de sangramento a qualquer momento.
Depois do último ultrassom e ressonância magnética, constatou que o quadro clínico evoluiu para incretismo, situação que obriga a interrupção da gestação antes das 40 semanas.
LEIA TAMBÉM:
Hospital Universitário suspende arrecadação de itens para recém-nascidos
HU está entre as 216 empresas do Brasil que possuem sala para lactantes
Daiane foi submetida a uma cesárea durante as 34 semanas, pois apresentava hipertensão arterial elevada, decisão foi tomada pela equipe de ginecologista e obstetras, Dr. Nelson Maia, Dr. Juan Carlos Menacho Melgar e Dr. Gilberto Lazaroni, que fizeram o acompanhamento durante a gestação.
De acordo com o Dr Juan, a cesárea teve que ser seguida da histerectomia (retirada do útero) junto com a placenta a qual não pode tentar separar do útero pelo alto risco de hemorragia. “Este tipo de parto necessitou da participação de vários especialistas; foram três obstetras, dois anestesistas, três cirurgiões vasculares e dois neonatologistas”, ressaltou.

Dr. Juan seguiu explicando que a participação dos vasculares foi necessária para que realizassem a passagem de cateteres com balão pelas artérias femurais e chegassem até as artérias uterinas para que o processo de cesárea histerectomia fosse realizado com menos riscos de hemorragia, o que poderia acontecer pela placenta prévia que tem uma vascularização acentuada na parede anterior do útero e muito próximo à bexiga.
O parto ocorreu no Hospital São Vicente com uma equipe de ginecologistas e obstetras do Hospital Universitário e Faculdade de Medicina de Jundiaí, neonatologia do HU, vascular e anestesistas do HCSVP.
Mãe e recém-nascido passam bem.
 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		