
Essa terça-feira, 11 de março, marca exatamente cinco anos desde que a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia da Covid-19. O Brasil foi o segundo país com maior número de mortes em decorrência da doença, ultrapassando 700 mil fatalidades.
O Hospital São Vicente de Paulo sempre teve papel fundamental na vida da população de Jundiaí. Mas durante a pandemia, esse vínculo com a comunidade se fortaleceu ainda mais.
“Desde o início da crise, o Hospital São Vicente não mediu esforços para reestruturar sua capacidade de atendimento, garantindo que ninguém ficasse sem assistência. Foram inúmeras adaptações, todas conduzidas com planejamento e responsabilidade”, contou Dr. Marco Aurélio Cunha de Freitas, médico infectologista do HSV, ao Tribuna de Jundiaí.
De acordo com o médico, o comprometimento dos profissionais da saúde foi essencial para enfrentar um dos momentos mais desafiadores da história recente.
Além disso, a pandemia também ressignificou o papel do Hospital São Vicente dentro da rede de saúde pública. A atuação da instituição, por exemplo, foi referência para diversos municípios do país. “Mais do que uma unidade de referência, a Instituição assumiu um protagonismo estratégico na rede de saúde pública, absorvendo grande parte da demanda regional e garantindo que o sistema não entrasse em colapso.”, declara Dr. Marco Aurélio.
Ele explica ainda que, após a atuação durante a pandemia, a comunidade demonstrou ainda maior reconhecimento pelo Hospital São Vicente e seus profissionais. “A pandemia trouxe desafios imensos, mas também reforçou a certeza de que o Hospital São Vicente sempre fará
tudo o que estiver ao seu alcance para cuidar das pessoas.”
Os principais desafios enfrentados no auge da crise sanitária
Durante o auge da pandemia da Covid-19, o hospital passou por extrema pressão, sendo uma unidade referência para casos de média e alta complexidade. O médico contou que a demanda por atendimento na unidade de saúde cresceu exponencialmente. Assim, a situação exigiu adaptações rápidas para garantir assistência a todos os pacientes.
Segundo a instituição, um dos maiores desafios enfrentados foi a necessidade de ampliação da capacidade de atendimento, devido ao aumento expressivo no número de pacientes. Isso exigiu do HSV uma expansão emergencial da estrutura hospitalar.
“Foi necessário expandir rapidamente a oferta de leitos, com quase 100% da estrutura hospitalar dedicada ao tratamento da Covid- 19, em seu pior momento”, destacou o médico infectologista.
Adaptações na estrutura física para atender a alta demanda
Entre 2020 e 2021, o Hospital São Vicente realizou mais de 25 adequações estruturais e operacionais para lidar com a pandemia. O objetivo sempre foi garantir que nenhum paciente ficasse desassistido, tanto os infectados pela Covid-19 quanto os que necessitavam de outros cuidados médicos.
Com uma estrutura de 242 leitos, o hospital atingiu 100% da sua capacidade de internação dedicada à doença no período mais crítico. Essa expansão foi possível graças a uma parceria com o Hospital Regional (HR), permitindo que o Hospital São Vicente absorvesse a maior parte da demanda da região.
A unidade implementou mudanças estratégicas, como a transferência do Pronto-Socorro Adulto para o espaço do Pronto-Socorro Ortopédico. Além disso, o Pronto-Socorro Ortopédico passou a funcionar na Unidade de Pronto Atendimento Central, para que pudessem utilizar sua antiga estrutura como enfermaria.
Os investimentos em tecnologia também foram fundamentais. O hospital adquiriu novos respiradores e equipamentos avançados de fisioterapia para otimizar o atendimento. O HSV também ampliou o quadro de profissionais da saúde, garantindo suporte adequado aos pacientes internados.

Sobrecarga de profissionais da saúde e escassez de insumos
Outro grande obstáculo foi a sobrecarga dos profissionais da saúde. Para evitar o esgotamento das equipes, o Hospital São Vicente precisou reforçar o quadro de funcionários com novas contratações e realocações. Além disso, o hospital reforçou a oferta de suporte psicológico aos colaboradores.
Um fator que também representou um grande desafio para as unidades de saúde durante a crise sanitária foi a escassez global de insumos hospitalares, como respiradores, medicamentos, equipamentos de proteção individual (EPIs) e outros suprimentos que se tornaram itens de difícil aquisição. “A gestão estratégica de estoques e parcerias institucionais foram fundamentais para manter a continuidade dos atendimentos sem desabastecimento.”
“Em um cenário de incertezas e constantes mudanças, a comunicação interna e externa precisou ser fortalecida. Transparência nas informações, alinhamento entre equipes e diálogo contínuo com órgãos públicos e a população foram essenciais para garantir um atendimento eficaz e minimizar impactos negativos”, explica o Dr. Marco Aurélio.
Capacitação das equipes teve reflexo da pandemia no Hospital São Vicente
Mesmo diante dos desafios, o Hospital São Vicente manteve seu compromisso com a capacitação profissional. Como Hospital de Ensino, credenciado pelo Ministério da Saúde e pelo MEC, a instituição intensificou os treinamentos para preparar melhor suas equipes.
Mensalmente, foram realizadas ações de capacitação para minimizar riscos e garantir um atendimento humanizado. Para facilitar o acesso ao conhecimento, os treinamentos também ficaram disponíveis online, na plataforma da Universidade Corporativa.
Além disso, o hospital promoveu uma parceria com uma instituição de ensino técnico para capacitar profissionais recém-formados em Enfermagem. O curso, realizado em 15 dias, incluiu conteúdos teóricos e práticos, além de treinamento supervisionado no ambiente hospitalar. Essa iniciativa garantiu a formação de profissionais qualificados, preparados para lidar com a alta demanda da pandemia.
Novos protocolos de atendimento incorporados permanentemente
A pandemia impulsionou a adoção de práticas inovadoras que se mostraram essenciais para a humanização do atendimento hospitalar. Muitas dessas iniciativas foram mantidas após o fim da crise sanitária.
A Visita Virtual, criada para aproximar pacientes e familiares durante o isolamento social, se tornou uma prática permanente, especialmente para pacientes impossibilitados de receber visitas presenciais.
Outra ação significativa foi o “Parabéns para Você”, um momento de celebração para pacientes que completavam aniversário enquanto estavam internados. A prática permanece até hoje como uma forma de humanizar o atendimento.
A Visita de Despedida, que permite que familiares se despeçam de entes queridos em estado grave, também foi mantida, proporcionando um momento digno e respeitoso para as famílias.
Também foi criado o Núcleo de Atenção ao Cuidado, que realiza o monitoramento dos pacientes após a alta hospitalar, garantindo um acompanhamento contínuo e reduzindo as taxas de reinternação.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		