Fachada do HU de Jundiaí.
Foto: Divulgação/ HU

O Hospital Universitário de Jundiaí (HU) enfrenta uma forte alta na procura por atendimentos pediátricos relacionados à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Na segunda-feira (2), a UTI Pediátrica alcançou alarmantes 233% de ocupação, com todos os leitos destinados a crianças com doenças respiratórias de média e alta complexidade, muitas delas necessitando de suporte ventilatório.

Além da UTI, a enfermaria pediátrica também está em situação crítica, com 92% de ocupação. Os dados são atualizados diariamente e refletem a gravidade do cenário atual.

Bebês recém-nascidos são os mais afetados

A pediatra e coordenadora do Pronto-Socorro Infantil do HU, Dra. Stela Tavolieri, alerta sobre o perfil dos pacientes neste ano. “A situação está sob controle graças ao plano de contingência que montamos com base no mesmo surto de 2024. Este ano, porém, temos um agravante: muitos dos pacientes são bebês recém-nascidos com menos de 3 meses, algo que não víamos com tanta frequência nas últimas décadas”, explica.

Ela reforça a vulnerabilidade desses pequenos pacientes:

“Esses bebês não têm defesa. Eles complicam mais facilmente e demoram mais tempo para responder ao tratamento. Por isso, permanecem internados por mais dias e isso aumenta a taxa de ocupação”.

Segundo a médica, a exposição precoce dos recém-nascidos em ambientes fechados e aglomerados é um dos principais fatores de risco. “O HU está superlotado. Muitos bebês, inclusive recém-nascidos, são expostos em locais como igrejas, shoppings, restaurantes ou ao receber visitas. Nessas situações, acabam se contaminando com vírus presentes no ambiente. É essencial mudar esse comportamento e proteger os bebês desses riscos”.

Doenças mais frequentes e medidas adotadas

As doenças respiratórias mais atendidas atualmente no HU são: influenza, bronquiolite, pneumonia e Covid-19. Para enfrentar a alta demanda, o hospital implementou medidas emergenciais, como a aquisição de novos respiradores e a readequação de espaços internos, garantindo atendimento humanizado mesmo diante da superlotação.

O diretor técnico do HU, Rodrigo Camargo, tranquiliza a população: “Não queremos causar pânico, queremos cuidar. A situação está controlada. A gente se preparou para isso, com base na experiência do ano passado, mas precisamos da colaboração da população. Compramos novos equipamentos, temos apoio da rede e estamos preparados”.

Quando procurar o HU?

A orientação é que a população procure o Hospital Universitário somente em casos graves de SRAG, com sintomas como:

  • Febre por mais de dois dias
  • Dificuldade para respirar
  • Dor no tórax
  • Saturação de oxigênio abaixo de 94%
  • Coloração azulada nos lábios ou no rosto (cianose)

Casos leves ou moderados devem ser direcionados aos prontos-atendimentos municipais. Sinais como febre, coriza, calafrios, dor de garganta e dor de cabeça podem ser tratados nesses serviços.

Dicas de prevenção para pais e responsáveis

  • Lave bem as mãos com água e sabão ou use álcool em gel
  • Mantenha ambientes ventilados, mesmo em dias frios
  • Evite compartilhar objetos como copos, talheres e brinquedos
  • Não leve crianças doentes a locais fechados
  • Evite passeios com bebês menores de 3 meses
  • Não receba visitas com sintomas gripais
  • Alimente as crianças com frutas, verduras e bastante líquido
  • Ofereça água com frequência
  • Vacine seu filho contra a gripe. A vacina é gratuita no SUS para crianças a partir de 6 meses

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