
A mobilização de vacinação em Jundiaí visa aumentar a cobertura vacinal, atualizando as carteiras de vacinação de crianças e adolescentes na cidade. A campanha acaba na terça-feira (31). De acordo com dados do Ministério da Saúde, desde 2015, o cenário é preocupante e muitas vacinas estão abaixo da cobertura preconizada, de 95%.
Rosa Gomes de Oliveira, de 69 anos, foi uma das crianças acometidas pela paralisia infantil (Poliomielite). A doença prestes a voltar tem vacina disponível na Campanha Nacional de Multivacinação. “É muito ruim saber que as crianças não estão sendo vacinadas. Eu não consigo acreditar”, comentou Rosa.
“Eu era bem pequena, tinha o pé torno e não pisava direito. Morávamos em outra cidade e com uns 5 anos, minha mãe me levou ao médico, que disse que eu entortava o pé para chamar a atenção, pois eu era a filha mais velha. Eu chorava e me escondia no banheiro para arrumar e doía muito. Eu não aceitava aquele defeito e ficava magoada quando as pessoas falavam. Por causa isso, eu nunca brinquei e preferia fazer os serviços de casa para mostrar que eu servia para alguma coisa”, lembrou.

O diagnóstico de Poliomielite veio apenas aos 29 anos, quando Rosa perdeu os movimentos das pernas enquanto trabalhava. Na sequência, vieram as cirurgias e a fisioterapia. “Era paralisia infantil continuada e eu não sabia. Voltei a andar, mas toda a vida, eu puxei a perna. Agora, preciso de apoio para não cair”. Antes da vacinação em massa, em 1980, o mundo apresentava cerca de 500 mil casos de Pólio por ano, ou seja, eram 500 mil crianças com a doença.
Baixa procura
A campanha reduziu o risco e erradicou a paralisia infantil no Brasil, sem casos registrados casos desde 1989. Mas, atualmente, o país está em alerta e prevendo um caso a qualquer momento. “Com a baixa procura pela imunização, o risco é grande de a doença voltar. Já temos registro em países como os Estados Unidos. Se não vacinarmos, poderemos ter novas histórias como a de Rosa e de tantos outros. Cheias de sofrimentos e com limitações impostas por doenças que têm vacina e podem ser prevenidas”, destaca o gestor de Saúde de Jundiaí, Tiago Texera.
“O vírus estão circulando: o da Pólio, o do Sarampo, entre tantos outros. Os pais e responsáveis precisam manter as carteiras de vacinação das crianças atualizadas. São doenças que podem deixar sequelas e até matar. O esforço precisa ser coletivo”, acrescenta a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Jundiaí, enfermeira Maria do Carmo Possidente.
Pontos de vacinação em Jundiaí
Jundiaí disponibiliza as 17 vacinas previstas no Calendário Nacional de Imunização, além das doses contra Covid-19 e Influenza (gripe), em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Novas UBSs e Clínicas da Família. A população pode buscar a imunização durante a semana, no horário das salas de vacinação dos equipamentos.
De acordo com o último balanço da Vigilância Epidemiológica, desde o início da campanha Jundiaí ampliou 3.809 doses de vacinas no público alvo, sendo 1.411 em menores de um ano de idade, 1.225 em crianças de 1 a 4 anos, 325 na população de 5 a 8 anos, e 848 doses em adolescentes de 9 a 14 anos. Além disso, ao todo, a campanha verificou 4.912 carteirinhas de vacinação.
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