
A Vigilância Epidemiológica (VE) de Jundiaí confirmou, na manhã desta sexta-feira (28), o primeiro caso de febre maculosa registrado no município em 2025. O diagnóstico, enviado pelo Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria Estadual da Saúde, refere-se a um idoso de 65 anos, morador da zona rural. O paciente morreu em 4 de novembro, no mesmo dia em que deu entrada no Hospital São Vicente de Paulo. Diante do quadro clínico, a equipe médica notificou imediatamente o caso como suspeito de febre maculosa e dengue.
De acordo com a Prefeitura de Jundiaí, o município mantém ações permanentes de orientação e prevenção à febre maculosa, já que a bactéria causadora da doença, do gênero Rickettsia, é endêmica no Estado de São Paulo. Ao longo do ano, foram contabilizadas 109 notificações no município, sendo esta a única confirmação até o momento.
As equipes de manejo ambiental reforçam, durante o período de inverno e seca, as ações de monitoramento em áreas públicas onde há maior circulação de animais hospedeiros de carrapatos, como capivaras, bois e cavalos. Nessas épocas, o risco de parasitismo aumenta devido à maior presença das formas imaturas do carrapato-estrela. Parques e áreas verdes da cidade contam com placas de alerta sobre a presença desses artrópodes, e a Vigilância em Saúde Ambiental (VISAM) realiza vistorias periódicas para avaliar o nível de infestação.
A doença
A febre maculosa não é transmissível de pessoa para pessoa. A infecção ocorre exclusivamente pela picada do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), responsável por transmitir a bactéria Rickettsia. A doença costuma começar de forma súbita e apresenta sintomas muitas vezes inespecíficos, como febre alta, dor no corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas na pele. O período de incubação varia de 2 a 14 dias.
A orientação das autoridades de saúde é clara: qualquer pessoa que apresente sintomas compatíveis e tenha frequentado áreas de risco — como matas, pastos, capina, trilhas ou margens de rios — deve buscar atendimento médico imediatamente, mesmo que não tenha visto o carrapato ou marcas de picada. No momento da consulta, é fundamental informar ao médico que esteve nesses locais, pois esse dado é decisivo para o diagnóstico precoce e aumenta as chances de tratamento eficaz.