Foto: Canva
Foto: Canva

A Síndrome “Mão-Pé-Boca” (SMPB), causada pelo vírus Coxsackie e altamente contagiosa, está preocupando pais e responsáveis em todo o Brasil. Até agora, pelo menos quatro estados já registraram surtos da doença.

No final de março, o estado do Rio Grande do Sul emitiu uma nota informando que o surto já afetou mais de 210 pessoas em 15 municípios. Em cidades como Valparaíso e Hortolândia, em São Paulo, algumas escolas e creches suspenderam as aulas devido ao aumento do número de casos. Cidades em Minas Gerais e Santa Catarina também relataram casos da doença.

O vírus Coxsackie faz parte da família dos enterovírus – que afetam o trato gastrointestinal -, e geralmente acomete crianças com menos de 5 anos de idade, embora alguns adultos também possam ser infectados. Como o nome sugere, a doença se manifesta principalmente por meio de lesões nas mãos, pés e boca.

A transmissão do vírus ocorre por contato direto ou indireto com secreções respiratórias, como espirros e tosse, ou fezes de pessoas infectadas. O contato com pessoas e superfícies contaminadas, como objetos e brinquedos, bem como o compartilhamento de mamadeiras, talheres ou copos, também pode levar à infecção.

Os sintomas incluem febre alta antes do aparecimento das lesões, manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro na região da boca, amígdalas e faringe, que podem evoluir para úlceras dolorosas. Há aumento da produção de saliva e os infectados podem reclamar de dor ao engolir.

Bolhas geralmente aparecem nas mãos, pés e boca, embora as nádegas e partes genitais também possam ser afetadas. Os infectados também podem apresentar mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia. É importante notar, no entanto, que nem sempre a doença manifestará todos esses sintomas.

Devido ao fato de que o vírus se multiplica no trato digestivo, a criança pode ter estomatite (inflamação da mucosa oral). Em casos mais graves, a infecção pode evoluir para miocardite (inflamação do tecido muscular do coração), encefalite (inflamação no cérebro causada, na maioria das vezes, por um vírus), meningite (inflamação das meninges) e paralisia semelhante à poliomielite.

Apesar disso, a maioria dos casos é leve e a doença tende a melhorar espontaneamente em cinco a sete dias. No entanto, mesmo após a recuperação, a pessoa ainda pode transmitir o vírus pelas fezes por cerca de quatro semanas.

Devido à dificuldade de engolir e à falta de apetite, é importante oferecer alimentos pastosos, como mingau e sopas, e manter a criança bem hidratada, além de dar repouso. Crianças em idade escolar devem ser afastadas das atividades escolares até que estejam completamente recuperadas.