
Dona Irene Claus, há pouco mais um mês, passa por tratamento de radioterapia e quimioterapia no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) contra um câncer no colo do útero. Nesta quarta-feira (8), às 8h, ela se despediu da equipe batendo três vezes o sino que simboliza a última sessão.
“Quando seu tratamento terminar, toque três vezes este sino com orgulho para todos anunciar que é outro seu destino“, disse a enfermeira antes do momento de despedida, declarando o fim do tratamento de Dona Irene.
Pacientes que aguardavam seu horário acompanham o momento em que a senhora, de 74 anos, ao lado dos filhos, esticou o braço para soar o sino da vitória.
A tradição, segundo Flávio Vermiglio, médico coordenador do setor de radioterapia do HSV, é importante pois renova a autoestima dos pacientes. “É um símbolo aqui do setor da radioterapia”, afirmou.
Para Dona Irene, essa é um novo começo.
“Se eu disser pra você que é fácil, eu vou mentir – mas eu não reclamo! Quem me deu forças foi Deus, a minha família, meus filhos, e toda a equipe aqui, todas as pessoas que tocaram em mim, eu devo tudo a eles”, falou emocionada.
Valéria Claus, filha de dona Irene, é quem deu o resultado à mãe. “Ela sangrava muito e fomos ao médico. Eu abri o resultado do exame e disse à ela que era câncer. Para nós, foi um choque, mas tudo melhorou quando chegamos no hospital e fomos recebidos por toda a equipe. Eles são maravilhosos”, conta.
“É claro que existem momentos de tristeza, eu chorei muito, mas nunca na frente dela. Eu precisava ser forte e cuidar da minha mãe”.
Dona Irene concorda. “Agora, eu sinto que os papéis se inverteram. Que ela é minha mãe e eu sou a filha”, brinca.
Gratidão
Valéria nasceu há quase 50 anos no próprio Hospital São Vicente. E agora, o mesmo hospital é quem devolve a vida à mãe, Irene.
Foram 25 sessões de radioterapia e seis de quimioterapia. Mas, com o soar do sino, esses dias ficaram para trás.
“Agora eu me sinto forte, feliz”, sentencia dona Irene, que vai passar por uma análise de especialistas na Universidade de Campinas, a Unicamp.
Mãe de três filhos e avó de outros três, ela é confiante. “Eu sei que ainda não acabou, o câncer ainda está em mim, mas o futuro a Deus pertence e eu confio”.
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