STF determina limite de porte de maconha para uso pessoal
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Um novo estudo publicado na revista estadunidense Drug and Alcohol Dependence, descobriu que fumar maconha pode acelerar o processo de envelhecimento natural do corpo. Alguns fatores ambientais também têm papel fundamental na taxa do envelhecimento, e essas influências contribuem para alterações da epigenética, mecanismos bioquímicos que alteram o funcionamento das células e até traços de hereditariedade sem mexer diretamente no DNA.

No estudo, os participantes foram escolhidos aos 13 anos e precisavam relatar o nível anual de uso de maconha por um período de 17 anos. Dessa forma, os pesquisadores usaram dois relógios epigenéticos separados para analisar amostras de sangue de cada indivíduo.

A pesquisa descobriu que quem faz uso de maconha com frequência, quando atinge 30 anos, tem maior ativação genética além do envelhecimento natural. “O uso de maconha trouxe mudanças epigenéticas ligadas ao envelhecimento acelerado, com evidências sugerindo que os efeitos podem ser principalmente devido à inalação de hidrocarbonetos entre os fumantes de maconha”, escreveram.

O estudo também mostrou que houve uma relação dose-efeito observada de tal forma que apenas dentro da população de usuários de maconha, níveis mais altos de uso na vida estavam ligados a uma maior aceleração epigenética da idade.

Os pesquisadores acreditam que os efeitos epigenéticos do envelhecimento da cannabis são provavelmente causados ​​pelo ato em si de fumar, e não pela ingestão de tetra-hidrocarbinol (THC), substância da maconha, ou qualquer outro componente ativo da erva. “Essas descobertas são todas consistentes, embora não possam estabelecer conclusivamente, um papel causal do uso de maconha no envelhecimento epigenético”, escreveram.

Os cientistas afirmam que outras pesquisas são necessárias para explorar os mecanismos por trás dessa ligação.