
Setembro é o mês da valorização da vida e da prevenção ao suicídio. Nesse contexto, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí, acende um alerta: como anda a saúde mental dos jovens? De acordo com o psiquiatra da instituição, Dr. Guilherme Naco Lima, cada vez mais adolescentes e jovens adultos apresentam ansiedade, tristeza e dificuldades para lidar com os desafios da vida.
A geração das telas e seus impactos
O cenário atual é muito diferente do que viveram pais e avós. Como explica o psicólogo social Jonathan Haidt, autor do livro “A Geração Ansiosa”, houve uma mudança significativa no modo de crescer: as crianças brincam menos ao ar livre e vivem mais conectadas às telas, com pouca liberdade para explorar e aprender com erros.
Essa realidade reduz oportunidades de desenvolver resiliência e, ao mesmo tempo, expõe os jovens a pressões nas redes sociais, como comparações constantes, busca por curtidas e necessidade de aprovação.
“Esse uso precoce e excessivo da tecnologia tem efeitos diretos na saúde mental, já que aumenta a ansiedade, atrapalha o sono, reduz o convívio com amigos e familiares e pode até incentivar o bullying virtual. O aumento nos casos de depressão e automutilação entre adolescentes começou, justamente, entre 2010 e 2015, quando os smartphones e as redes sociais se tornaram mais populares”, alerta Dr. Guilherme.
Segundo ele, não se trata de uma geração mais fraca, mas de jovens que cresceram com menos preparo para enfrentar a vida real. O lado positivo é que muitos falam com mais facilidade sobre o que sentem, mas isso também exige oferecer ferramentas para lidar com as emoções.
O papel da família e da escola
Para o especialista, pais e responsáveis têm papel decisivo nesse processo.
“Crianças e adolescentes precisam de limites, de tempo de qualidade com os pais e de bons exemplos para aprender a enfrentar as dificuldades. Quando os adultos deixam que as telas assumam o papel de educar ou entreter, aumentam os riscos de problemas emocionais”, explica.
Entre as recomendações, estão:
- Adiar o uso de celulares e redes sociais;
- Incentivar brincadeiras e atividades presenciais;
- Ensinar habilidades socioemocionais nas escolas, como lidar com frustrações e resolver conflitos;
- Estabelecer regras claras para o uso de telas.
Atenção aos sinais de sofrimento
Mudanças no comportamento, irritabilidade, isolamento, alterações no sono, alimentação ou higiene, frases negativas, piadas sobre a morte, uso excessivo do celular ou sinais de automutilação são sinais de alerta que merecem atenção.
“Sentir dor emocional não é sinal de fraqueza, é sinal de que somos humanos. Em momentos difíceis, devemos procurar alguém de confiança, seja um amigo, um familiar, um professor ou um profissional. Falar sobre o que sente é o primeiro passo para transformar essa dor. A vida tem valor, mesmo quando tudo parece difícil. Cuidar da saúde mental salva vidas, e escutar com empatia pode fazer toda a diferença”, finaliza Dr. Guilherme.

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