
A cama de hospital onde estava o piloto de avião Glauco Palheta, de 56 anos, foi escoltada por enfermeiros do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, até o “altar” improvisado num quarto da unidade.
No entanto, o trajeto realizado no último dia 5 de abril, teve a companhia da filha de Glauco, a estudante Gabriela, de 22 anos, de vestido branco e com um buquê na mão.
A cerimônia original estava marcada para o final de maio, mas precisou ser adiantada para que Glauco, que estava em estágio terminal de câncer, pudesse participar do casamento. Ele morreu na manhã seguinte ao casamento.
Em abril de 2019, o piloto de avião descobriu um câncer de próstata. No entanto, o quadro evoluiu para uma metástase em menos de dois meses, segundo a filha.
A jovem conta que o pai fez quimioterapia, radioterapia e outros tratamentos alternativos na esperança de alcançar a cura, mas no início de fevereiro a doença atingiu o fígado e o pâncreas.
Com o agravamento do quadro, a família foi informada que ele estava em estado terminal. Então, Gabriela propôs ao noivo, o designer gráfico Thalles Tonini, de 26 anos, que o casamento fosse no hospital para ter a presença do pai na celebração tão sonhada.
Após o aval, os preparativos foram feitos junto com a equipe do Oswaldo Cruz pelo projeto ‘Yes, we care”, com cuidados redobrados devido a pandemia do novo coronavírus, explica a jovem.
A cerimônia contou apenas com os noivos, os pais deles, um pastor e um dos padrinhos, que tocou a música na entrada da noiva. Todos usavam máscaras para se proteger.
Ao som da música “Pieces”, Gabriela entrou acompanhada do pai, que estava na cama do hospital, empurrada por uma enfermeira. Em poucos dias, ela improvisou o vestido, o buquê, e um cabeleireiro amigo da família fez seu penteado e maquiagem para o dia.
Ela conta que Glauco teve um pico de lucidez durante a cerimônia que não acontecia há bastante tempo. No dia seguinte, 6 de abril, o piloto faleceu no hospital.
Com informações do portal de notícias ‘G1’.