Dicas básicas de economia para o Vice-presidente da República do Brasil
Connect with us

Opinião

Dicas básicas de economia para o Vice-presidente da República do Brasil

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

Published

on

Atualizado há

Geraldo Alckmin
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Acredito que muitos economistas ficaram perplexos, com as suposições apontadas pelo do Vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, quanto ao comportamento da taxa de juros básica no Brasil. Obviamente não faltaram oportunidades pra ele aprender os fundamentos básicos desse precioso instrumento de politica monetária fundamental para estabilizar a economia.

Ocupou vários cargos na elite da politica nacional tanto no Legislativo como no Executivo, nos quais foi auxiliado por inúmeros economistas de várias correntes de pensamentos. Essa ignorância em temas fundamentais sustentam as repetidas promessas dos postulantes a cargos de execução, em fazer governos técnicos ou até mesmo governar para o mercado. Essa premissa deixa claro que os nossos governantes são comandados pelos burocratas, muitos sem nenhuma sensibilidade social e com objetivos privados. Fica também evidente que todos sem exceção têm um “Posto Ypiranga” pra chamar de seu, mas não tem a coragem de revelar.

O antigo Partido do Alckmin conduziu com êxito a aplicação do Plano Real, inclusive com a substituição da moeda em circulação. Esse Plano Econômico levou o país à estabilidade da economia e forçou o Estado brasileiro a promover mudanças em suas estruturas. Seguindo a Cartilha do Consenso de Washington, o Estado deveria privatizar as empresas estatais e a justificativa central era a necessidade de modernização e inovação nos parques produtivos por intermédio da iniciativa privada, para alcançar níveis elevados de produtividade dos meios de produção e amenizar a crise de oferta na economia e permitir equilíbrio nos fundamentos macroeconômicos.

Gustavo Franco presidente do Banco Central do Brasil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso apontava com sabedoria a necessidade de melhorar os níveis de produtividade para reduzir o impacto da taxa de juros na economia. No ano 1999 a taxa de juros (Selic) chegou a 49%, o que estimulou todos os tipos de mecanismos de especulação financeira e na esteira a degradação dos Títulos do Tesouro Nacional, que infelizmente entrou na dança. O ambiente turbulento com juros elevados e moeda valorizada artificialmente devido ao regime de câmbio fixo forçou a mudança na Politica Cambial e escancarou a necessidade de estimular a inovação e a educação como pilar elementar para conquistar a tão sonhada eficiência produtiva, a qual é o único instrumento permanente de estabilidade econômica e social.

O vice-presidente demonstrou desconhecer totalmente a função da produtividade na economia ao levantar essas hipóteses sobre a alta da taxa básico de juros: “O que justificaria? É imposto? É cunha fiscal? É falta de concorrência? a incompreensão é tão grande que chega a apontar que nos Estados Unidos tem 2 mil bancos, dando a entender que o bancos aqui vão ofertar crédito abaixo da remuneração dos Títulos do Governo, vale lembrar que no EUA a taxa de referencia não chega a 2%.

E o obscurantismo continua com mais suposições marginais:  É insegurança econômica? Questão fiscal? Insegurança política? Dificuldade de reaver o crédito? Spread alto? O bom pagador paga pelo mal pagador?”. Fico indignado como pessoas que dedicam toda a sua vida a Gestão Pública, a qual a economia é o centro e não tem interesse algum em entender os fundamentos básicos da ciência econômica. Acredito que o conhecimento básico poderá facilitar o direcionamento do País e facilitar as exigências aos seus subordinados, digo alto escalão e alicerça o relacionamento com o parlamento.

Então Excelentíssimo Senhor Vice Presidente da Republica Federativa do Brasil, recomendo a leitura de algumas literaturas sobre a produtividade dos meios de produção e as consequências na macroeconomia. Ou se achar muito difícil interpretar os manuais de Gregory Mankiw ou os artigos científicos de Ricardo Carneiro, promova um encontro com Gustavo Franco, Maria da Conceição Tavares ou chama o Mercadante na sala ao lado e aborda o tema. Pronto falei!

Autodidata é um ignorante por conta própria. Mario Quintana, escritor.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

Os avanços dos Robôs e as IAs

Artigo por Vlamir Ienne CEO do Grupo iv2.

Published

on

Os avanços dos Robôs e as IAs
Imagem gerada por IA / playground ai image

Quando paramos para olhar a evolução que chegamos com a Tecnologia em um tempo tão curto, chega a dar um certo medo do futuro e onde poderemos chegar. Nesta semana a OpenAI em parceria com a empresa Figure, que cria robôs humanóides com muita inteligência, revelou o novo Figure 01, este robô redefine os limites da interação humano-robô. O Figura…

Continue Reading

Opinião

A economia em crescimento anula as pressões da demanda. Restringir a expansão é um equivoco

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

Published

on

Imagem representando economia brasileira
Foto: Canva

Os problemas econômicos fundamentais são os grandes desafios das economias e os sistemas de organização social da produção, são definidos para tentar solucionar entre as diversas possibilidades, o que e quanto produzir como tentativa de evitar os desperdícios de recursos, relativos em economias de livre mercado. Outros obstáculos que em economias planificadas são mais fáceis de resolver é a escolha…

Continue Reading

Opinião

Até respirar ficou difícil: queimadas, eleições e o desequilíbrio do clima

Artigo escrito por Miguel Haddad

Published

on

Queimadas em área de mata
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até o início de setembro foram registrados 159.411 focos de incêndio no país, um aumento de 100% em relação ao mesmo período em 2023. Este cenário trouxe consequências devastadoras: 60% do território brasileiro está coberto por fumaça, afetando diretamente a qualidade do ar e a saúde da população. A seca, que ameaça…

Continue Reading

Opinião

É prioritário substituir os ônus da produção pelos bônus do progresso

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

Published

on

Foto: Divulgação/ CIESP

O estudo “Custo Brasil na Indústria de Transformação 2008/2022”, realizado pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, divulgado em agosto último, diagnostica com precisão os ônus que colocam as empresas nacionais em desvantagem na concorrência com as de outros países, tanto no comércio exterior quanto no nosso próprio mercado interno. São problemas muito prejudiciais para toda a economia.…

Continue Reading

Opinião

Um novo tempo para eleições: a revolução da IA no cenário político

Artigo por Elton Monteiro, empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA

Published

on

Elton Monteiro, especialista em IA
Foto: Arquivo Pessoal

Estamos entrando em uma nova era para as eleições, impulsionada pela ascensão da Inteligência Artificial (IA). As eleições atuais e as que estão por vir já demonstram sinais dessa transformação. A IA está mudando a forma como campanhas políticas são conduzidas, oferecendo novas ferramentas para análise de tendências e dados, mas também apresentando desafios éticos e práticos que nunca enfrentamos…

Continue Reading
Advertisement