Banco Central independente do Poder Central e subordinado aos abutres
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Opinião

Banco Central independente do Poder Central e subordinado aos abutres

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Banco Central
Banco Central (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A sociedade brasileira está presenciando algo inédito na historia republicana, a autonomia do Banco Central do Brasil ao Poder Central e a submissão aos especuladores do mercado financeiro. A fúria dos economistas financiados para formular opiniões em defesa de quem nada produz está contaminado o debate. O Banco Central é o coração do sistema e esta sendo arrancado para servir a outro organismo e com o consentimento de quem tem o dever de proteger. A grande mídia que é a porta voz das elites financeiras vem tentando confundir a opinião pública quanto ao papel do Banco Central na economia e ilustra seus noticiários com tabelas e gráficos para dificultar o entendimento da causa. Os questionamentos do Presidente da Republica referente à aplicação do instrumento monetário está correto, pois está retirando dinheiro de uma economia a qual o capital é escasso, tanto para investimentos público e privado e ausente para consumo da maioria das famílias. Enfatizo que a elevação da taxa de juros se faz necessária quando a inflação é provocada por excesso de dinheiro no mercado, causando desequilíbrio na oferta de bens e serviços.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, como um bom coronel saiu em defesa da autonomia do Banco Central, dizendo que é uma “marca mundial”. Tudo bem que algumas economias bem estruturadas permitem a soberania da autoridade monetária, mas exige muita responsabilidade para evitar desgastes nos fundamentos macroeconômicos e que alimenta uma crise de confiança. Faltou ao Cacique do Parlamento brasileiro analisar alguns detalhes nos bancos centrais mundo afora, começando na comparação dos Executivos nomeados para conduzir.

Qualquer analista de mercados começa a duvidar da seriedade da Instituição, ao observar o cabedal intelectual do Presidente do Banco Central do Brasil, que tem como maior destaque a origem familiar presente no próprio nome, obviamente era requisito para determinadas funções nas dinastias na Era Medieval. Esmiuçando a carreira do atual Presidente do Bacen Independente, o curriculo denuncia a trama montada nesse importante Órgão da Republica, o cidadão nunca ocupou um cargo de destaque em nenhuma instituição publica ou privada, sempre foi operário no sistema financeiro. Trabalhou como operador de produção no Banco Bozano e Simonsen até ser absorvido pelo Banco Santander, onde permaneceu atuando em funções operacionais, apesar de ser primogênito de um dos economistas liberais mais atuantes do Brasil, mas pelo exposto nunca saiu teve méritos para sair da sombra do avô famoso.

Conduzido ao cargo máximo da Autoridade Monetária Nacional pelo então Ministro da Economia, um especulador voraz, sem compromisso algum com a produção nacional, Roberto Campos Neto deixou claro qual é a sua missão no comando do Bacen durante uma palestra no evento 2023 Milken South Florida Dialogues, em Miami, quando declarou: “A principal razão no caso da autonomia do Banco Central é que desconecta o ciclo da política monetária do ciclo político, porque eles têm durações diferentes e interesses diferentes. O interesse politico de fato é cuidar da sociedade em geral e do Banco Central na visão do atual presidente é atender aos interesses do capital financeiro, inclusive aumentando a subordinação do capital produtivo. Roberto Campos Neto continua firme com suas afirmações ao enfatizar que “quanto mais independente a instituição é, mais eficaz você será”. Mas a eficácia que menciona não está atrelada a importância do Bacen para o conjunto da economia e sim apenas ao sistema financeiro, para o qual o modelo de autonomia foi desenhado.

O Executivo continua com seu discurso empolgado e aborda ganhos da autarquia com as inovações em curso, como se fossem uma conquista do modelo de independência. Pérsio Arida um dos formuladores do Plano Real deixa claro que as falas do neto de Roberto Campos e a do Coronel que preside o parlamento, ou são equívocos ou ignorância sobre o assunto. As taxa de juros real no mundo estão negativas e por aqui em torno de 8%, enquanto os ganhos alardeados com supostas tecnologias agregados ao sistema é insignificante diante dos US$ 180 bilhões de dólares por ano, que o país poderá economizar se mantiver uma taxa de 5%. 

Lula tem razão ao apontar que as desvantagens no modelo de autonomia do Bacen, pois até o momento não tem nada de positivo para sustentar a defesa da tal independência e aponta que governou o Brasil durante dois mandatos com o Ministério da Fazenda e o Banco Central em harmonia, conquistando superávit primário surpreendente, taxa de juros a 4,5% ao ano, períodos de deflação e também acumulou a maior reserva em dólar da história do Brasil, as quais foram reduzidas de US$ 370 para US$ 324 bilhões  na gestão do seu antecessor.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

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Os avanços dos Robôs e as IAs
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Quando paramos para olhar a evolução que chegamos com a Tecnologia em um tempo tão curto, chega a dar um certo medo do futuro e onde poderemos chegar. Nesta semana a OpenAI em parceria com a empresa Figure, que cria robôs humanóides com muita inteligência, revelou o novo Figure 01, este robô redefine os limites da interação humano-robô. O Figura…

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Opinião

A economia em crescimento anula as pressões da demanda. Restringir a expansão é um equivoco

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Imagem representando economia brasileira
Foto: Canva

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Queimadas em área de mata
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Foto: Divulgação/ CIESP

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Opinião

Um novo tempo para eleições: a revolução da IA no cenário político

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Elton Monteiro, especialista em IA
Foto: Arquivo Pessoal

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