O promissor posicionamento do Brasil no tabuleiro geopolítico
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Opinião

O promissor posicionamento do Brasil no tabuleiro geopolítico

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Com a derrocada do Império Soviético na última década do século passado, os Estados Unidos consolidou a sua hegemonia financeira, tecnológica, diplomática e bélica em todo o planeta, e com tanto poder passou a impor as suas estratégias de dominação, principalmente em países com alguma vantagem comparativa capaz de desenvolver competências suficientes para incomodar a sua confortável posição hegemônica. Fez uso do poder bélico para destruir ditadores insubordinados com a promessa de construir democracias prósperas, elevou diversas barreiras comerciais para proteger a economia doméstica, estruturaram agências de rating para apontar riscos nos títulos públicos e privados das demais nações e dessa maneira alinhar seus interesses.

A supremacia norte-americana tem na moeda o seu tentáculo mais poderoso, pois todas as relações comerciais, financeiras e até reservas estratégias das nações são executadas em dólar dos Estados Unidos da América, isso permite que o seu Banco Central emita moedas sem lastro e transfira os riscos para todas as praças do mundo. É necessário lembrar que os Títulos do Tesouro americano são livres de riscos segundo avaliação das suas poderosas agências de riscos.

Os movimentos geopolíticos vão acontecendo e asnações soberanas buscando diminuir as dependências e desestruturar o predomínio do gigante americano em suas estruturas. Uma nova ordem mundial começa a se desenhar sutilmentecom o avanço acelerado do desenvolvimento sócio econômico da China. Os EUA continuam gastando trilhões de dólares para manter bases militares estratégicas em vários pontos do globo e adiciona a essas despesas o financiamento de conflitos armados pelo mundo afora com o objetivo de garantir e manter aliados por intermédio da força.

A China há tempos que não se envolve em conflitos armados e adotou uma politica externa baseada no compartilhamento do desenvolvimento econômico. Tal estratégia tem provocado reações na Casa Branca, como boicotes a empresas, discriminação a cultura oriental e atuação direta da diplomacia juntos aos países vizinhos da China com intuito de estimular discórdias, além de usar seu aparato diplomático para pressionar as regiões que acenam para o país asiático. Esse método da discórdia foi adotado na Europa para seduzir a Rússia a invadir a Ucrânia e forçar as demais nações do continente a aumentar a demanda por bens de guerra da poderosa indústria bélica dos Estados Unidos, junto a essa dependência vem a necessidade de trocar o fornecedor petróleo e gás, obviamente mais um mercado para as petrolíferas do Texas.

Nesse tabuleiro geopolítico, outros estados soberanos precisam se posicionar, antes que sejam surpreendidos a entrar no jogo de maneira forçada e servir de bucha de canhão como é o caso daUcrânia na Europa, Síria no norte da África,Afeganistão e Arménia na Ásia. O Brasil vem marcando posição nesse movimento apesar dos protestos da imprensa irresponsável e corrupta. A visita de Lula a China já causou reações na Europa e EUA, pois já acionaram seus influentes meios de comunicação para tentar influenciar a opinião pública brasileira quanto a imprevisíveis riscos daaliança Sino-brasileira. A diplomacia brasileira tem um histórico positivo em mediar conflitos, mas isso não é o suficiente nesses deslocamentos brutos e temos que acionar outros instrumentos fortes para mediar negociações. 

No entanto Luís Inácio deverá aproveitar esse embate de gigantes e barganhar para favorecer os brasileiros. Tem muita vantagem comparativa para negociar com a tríade rica e os sinais são positivos se levar em consideração os acordos firmados com a potência asiática em apenas três meses de governo. E sem perder tempo o governo americano nos premiou com um aporte de meio bilhão de dólares para o Fundo Amazônia, um importante estímulo para ajudar na construção de uma economia forte e diferenciada O “produto Brasil” está em exposição em todos os grandes mercados do mundo e apesar dos riscos que pairam sobre a República brasileira, os retornos podem compensar.  É inegável a liderança do atual Chefe do Executivo, entretanto ele tem que ter a percepção da importância do país na configuração geopolítica para não entrar em atritos desnecessários com os mais fortes e sofrer com as reações.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

Os avanços dos Robôs e as IAs

Artigo por Vlamir Ienne CEO do Grupo iv2.

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Os avanços dos Robôs e as IAs
Imagem gerada por IA / playground ai image

Quando paramos para olhar a evolução que chegamos com a Tecnologia em um tempo tão curto, chega a dar um certo medo do futuro e onde poderemos chegar. Nesta semana a OpenAI em parceria com a empresa Figure, que cria robôs humanóides com muita inteligência, revelou o novo Figure 01, este robô redefine os limites da interação humano-robô. O Figura…

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Opinião

A economia em crescimento anula as pressões da demanda. Restringir a expansão é um equivoco

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Imagem representando economia brasileira
Foto: Canva

Os problemas econômicos fundamentais são os grandes desafios das economias e os sistemas de organização social da produção, são definidos para tentar solucionar entre as diversas possibilidades, o que e quanto produzir como tentativa de evitar os desperdícios de recursos, relativos em economias de livre mercado. Outros obstáculos que em economias planificadas são mais fáceis de resolver é a escolha…

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Opinião

Até respirar ficou difícil: queimadas, eleições e o desequilíbrio do clima

Artigo escrito por Miguel Haddad

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Queimadas em área de mata
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Opinião

É prioritário substituir os ônus da produção pelos bônus do progresso

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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Foto: Divulgação/ CIESP

O estudo “Custo Brasil na Indústria de Transformação 2008/2022”, realizado pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, divulgado em agosto último, diagnostica com precisão os ônus que colocam as empresas nacionais em desvantagem na concorrência com as de outros países, tanto no comércio exterior quanto no nosso próprio mercado interno. São problemas muito prejudiciais para toda a economia.…

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Opinião

Um novo tempo para eleições: a revolução da IA no cenário político

Artigo por Elton Monteiro, empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA

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Elton Monteiro, especialista em IA
Foto: Arquivo Pessoal

Estamos entrando em uma nova era para as eleições, impulsionada pela ascensão da Inteligência Artificial (IA). As eleições atuais e as que estão por vir já demonstram sinais dessa transformação. A IA está mudando a forma como campanhas políticas são conduzidas, oferecendo novas ferramentas para análise de tendências e dados, mas também apresentando desafios éticos e práticos que nunca enfrentamos…

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