A importância da própria trajetória nos contornos opostos da vida
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Opinião

A importância da própria trajetória nos contornos opostos da vida

Por Raquel Loboda Biondi.

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Raquel Loboda Biondi
Raquel Loboda Biondi, jornalista e atualmente assessora legislativa na Câmara de Jundiaí (Foto: Divulgação)

A vida é mesmo de dores e maravilhas; é o cheiro do café especial pra despertar com o exame delicado para fazer no fim do longo dia; é a luz do aconchego no canto da sala e o desagrado de um resultado nebuloso à vista; é a leitura que a gente gosta e a surpresa das páginas a seguir que desconhecemos; são as conquistas e os dias em que nos sentimos sem sair do lugar; é o sono descansado e o toque do despertador da manhã seguinte que interrompe os melhores sonhos; é o riso frouxo tranquilo com quem se ama e a ansiedade das conversas difíceis; é a certeza de um minuto perante às dúvidas de um tempo todo; é a gargalhada certeira e a impotência de não controlar o choro quando vier; é o orgulho de uma tarefa bem-sucedida e o medo dos novos desafios do amanhã; é a fé em si mesmo que se ergue nos degraus do dia a dia com a incerteza sobre o que ainda seremos capazes (ou não); é o passo em falso que nos desequilibra e machuca seguido de outros firmes, mais habilidosos, sobre o chão que não nos deixará cair; é a beleza da solidão em momentos independentes e a saudade de um amor que não passa; é se reunir à mesa com quem amamos e dizer adeus a quem não encaixa mais; são os elos que felicitamos e aqueles que se rompem quando já não fazem sentido; são nossos prazeres e nossas limitações; são os lutos que fatalmente iremos sentir e as delícias de novas vidas e chegadas pra celebrar; é enfim descobrir as dualidades que se desdobram em mil e umas e nos desfazem a ingenuidade da perfeição.

Sempre seguiremos com uma dor. Por mais leve, trabalhada ou guardada que esteja, andaremos com ela. Porque a dor poderá estar misturada ao aconchego, ao carinho e aos momentos bons que irão contrapor um cenário difícil. Tudo junto, sem tabela de ‘certo x errado’.

Acho que se houver uma definição um pouco mais palpável sobre o que é o amadurecimento, talvez seja essa, de finalmente entendermos o que é desfrutar desta mistura de emoções que é a vida, respeitar seus mistérios e ter coragem pra avançar e seguir sabendo que a imperfeição é o que nos une, é o que coloca todos sob a mesma condição de sermos vencedores dos próprios desafios, dos quais, profundamente, só nós temos o poder de tirar sabedoria, o melhor, o essencial para assumirmos a nossa trajetória, sermos quem somos e aproveitarmos ao máximo essa condição única.

Estamos afundados em novas dinâmicas de relações sociais em que, muitas vezes, só se valida o que se vive quando parecemos pertencer aos modos padronizados ou ao estarmos bem inseridos na comparação com o outro, nas repetições e no modo forçado de querermos ser iguais. Não somos e nunca seremos. Essa é a maior liberdade da nossa existência. E o que de fato irá nos tirar do piscinão vazio das medidas pela vida do outro, o que irá nos trazer à borda para o respiro aliviado, serão sempre as próprias braçadas e o nado do nosso jeito. Essa é a glória: entender que viver dá trabalho e ninguém está ileso do seu caminho.

É uma bobagem ainda ter tanto gasto de energia sobre a vida material do vizinho, parente, amigo. Ou então perceber um esforço e interesse tão grandes e arrastados das pessoas sobre o que temos ou o quanto ganhamos, sobre o quanto sofremos ou rimos, como se muitos de nós também estivesse realmente interessado neste julgamento superficial, que não considera os passos dados. Se estivermos focados na própria história, desfazemos, com o tempo, desse interesse dispensável de quem se compara tanto e não olha pra si. O que vale é saber da troca genuína, do andar de mãos verdadeiramente dadas. Tornar, então, as dualidades da vida, que menciono aqui, tão preciosas e comuns, como meio de conexão e não uma mera régua de validação é o maior dos trunfos. Todos nós temos os tropeços e os pulos de vitória.

O que muitas vezes se diz para o outro é o que se deveria dizer para si mesmo. Então que possamos ter esse cuidado. Todos têm suas batalhas, internas ou não, mas sempre conflitantes. E o que fica dos melhores encontros da vida é justamente o cuidado, a pergunta amiga, zelosa, a disposição pelo que alguém tem para nos agregar nesta compreensão.

Viver é se deparar diariamente com as dualidades e os perrengues inesgotáveis misturados aos sabores do que mais desejamos ou do que nos surpreende por natureza. A sacada a ser normalizada é que todo pesar e êxito devem ser sentidos, acolhidos e acompanhados pela liberdade de sermos, por meio deles, mais conscientes de que cada história é única. Ainda bem!

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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