A jundiaiense Bianca Torres, de 16 anos, que inspirou a criação de uma biblioteca em um campo de refugiados da ONU quando tinha ainda 14, está prester a ver o seu projeto pronto: a biblioteca do campo de refugiados que visitou, em novembro de 2017, deve ser inaugurada no próximo mês. Além deste prédio, a ONU fará, ainda, outras duas bibliotecas no mesmo campo.
Sobre estar prestes a ver a materialização do seu projeto, Bianca diz que a ficha ainda não caiu. “Ainda não pude refletir direito sobre como é ter um projeto dentro da ONU e com uma movimentação tão grande. As coisas foram acontecendo e tomando proporções maiores. Eu não tive tempo ainda para digerir o que aconteceu e sobre como isso é grande”, afirma a jovem.
A história de Bianca foi noticiada pelo Tribuna de Jundiaí no ano anterior (relembre aqui), um pouco depois da jovem ter voltado da sua viagem. Ela, que trocou sua festa de 15 anos pela visita ao local, levou gibis para as crianças e logo percebeu que livros eram de extrema necessidade para os cerca de 35 mil moradores do campo de Lóvua, na Angola: os refugiados, do Congo, onde o idioma é o francês, precisavam aprender a falar português, idioma do novo país.
Mas, além dos livros didáticos para aprender o novo idioma, estes moradores também precisavam de entretenimento e acesso à cultura. “Foi aí que surgiu a ideia de montar uma biblioteca no campo e eu dei a sugestão. A ideia foi repassada para a ONU, que aprovou”, contou Bianca, no ano passado, em conversa com a reportagem.
LEIA MAIS
Notícias Relacionadas
Grupos se juntam para entregar refeições para moradores de rua em Jundiaí
Circo Tihany faz surpresa e leva alegria a pacientes do Grendacc
E hoje, mais do que uma biblioteca, serão três, todas o mesmo campo de refugiados, atendendo três escolas e também a população. Para compor as prateleiras destes espaços, Bianca arrecada livros deste o ano passado. Até o momento já foram arrecadados em torno de quatro mil livros, mas ainda não é o suficiente: com a inauguração das duas novas bibliotecas, ela está na corrida para conseguir mais livros. A ONU também pede por lápis de cor.
Os interessados em ajudar podem doar livros de qualquer temática, desde que em bom estado. A arrecadação está sendo feita pelo próprio pai da jovem, Demetrius Torres. O contato pode ser feito via WhatsApp pelo (1!1) 99750-8073.
Para a inauguração, Bianca estará presente. A expectativa é imensa. “Uma coisa que me deixa muito animada de continuar esse projeto é de lembrar das crianças, do rostinho de felicidade delas quando viram aqueles poucos gibis na minha mão e de como vai ser quando elas entrarem na biblioteca, um espaço em que vão poder ter o direito de entrar e pegar um livro na hora que elas quiserem. Isso é uma coisa que me deixa muito animada”, finaliza Bianca.
