Em Jundiaí, de janeiro a outubro deste ano, 17.902 pessoas, entre crianças e adultos, realizaram tratamento contra a diabetes pela rede municipal de saúde. Divulgado pela Federação Internacional de Diabetes na semana do Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro), os dados da décima edição do Atlas do Diabetes mostram que 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos têm diabetes no mundo, um aumento de 16% em dois anos.

Na cidade, os cuidados vão além das consultas e dos medicamentos. Bete e Didi são dois bonecos usados pela equipe multidisciplinar – formada por médico, nutricionista, psicólogo e enfermeiro – do ambulatório de especialidades Núcleo Integrado de Saúde (NIS).

Por meio dos brinquedos terapêuticos desenvolvidos pela ADJ Diabetes Brasil, as crianças aprendem os cuidados necessários. “Ensinamos de forma lúdica, com os bonecos, as crianças a perderem o medo da agulha e dos dispositivos de insulina, e a realizarem os exames para o controle, além da aplicação do medicamento. O objetivo é que criem autonomia para os cuidados, uma vez que eles deverão ser tomados pelo resto da vida. Em pouco tempo, eles ficam mais confiantes e estão aplicando a insulina sozinhos”, comenta a enfermeira educadora em diabetes pela Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), Maria Gabriela Bortotto.

Para Yasmin Diniz de 7 anos, que foi diagnosticada em agosto com diabetes mellitus tipo 1, a Bete está sendo uma grande aliada. “Descobrimos a doença faz pouco tempo e foram oito dias no hospital. Fomos encaminhados para o NIS e bem acolhidos pela equipe. Ela fala muito do Didi e da Bete. A boneca, principalmente, está ajudando muito, sendo uma parceira. Inclusive, a Bete está até passando uns dias em nossa casa. Hoje estamos mais tranquilos, graças ao apoio e a orientações que recebemos”, conta a mãe da menina, Rose Diniz.

No NIS e nas Unidades de Saúde da Atenção Primária também são ofertadas, junto com as consultas e a entrega de medicamentos, insumos e exames de rastreamento, atividades com o intuito de prevenir e auxiliar quem tem a doença. No ambulatório de especialidades e na Clínica da Família ocorrem encontros mensais, voltados aos pacientes adultos, onde os participantes trocam experiências, esclarecem dúvidas e se motivam. As equipes da saúde também atuam junto às escolas municipais, capacitando os educadores em palestras para o suporte ao aluno com diabetes.

“A diabetes é uma doença que inicialmente pode ter sintomas imperceptíveis. Fazemos ações educativas na rede e incentivamos a mudança de hábitos, a prática de atividade física e a alimentação saudável e balanceada, junto com a busca por consultas e exames diagnósticos, que são rápidos e simples. Jundiaí, entre as ações, também priorizou a busca ativa dentro dos grupos de riscos, diagnosticando precocemente os diabéticos”, informa a diretora do Departamento de Regulação da Saúde da UGPS, Fabiana Barrete de Alcântara.