A Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS), por meio do serviço de Família Acolhedora, em parceria com o Comitê Ampliado do Programa São Paulo pela Primeiríssima Infância (PSPPI), realizou nesta sexta-feira (14) seminário sobre o tema de acolhimento familiar. O encontro, realizado no auditório Elis Regina do Complexo Argos, foi voltada também como formação para membros do Comitê, visitadores do Criança Felz e demais interessados e atuantes na área.

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora é uma alternativa ao formato institucional para o acolhimento provisório de crianças e adolescentes afastados da família de origem mediante determinação judicial, tendo como causas negligência, violência e abandono. Em Jundiaí, o serviço possui o apelido carinhoso de “Travessia”.

Além das falas de autoridades, os participantes puderam assistir à palestra “Primeira Infância e Acolhimento Familiar”, com a assistente social Sara Luvisotto, e à palestra “A trajetória do serviço e o trabalho em rede”, com a assistente social e docente Adriana Pinheiro. No período da tarde, o encontro contou com as participações também especiais de famílias que integram o serviço em Jundiaí, que, em uma roda de conversa, compartilharam suas experiências e vivências.

Participaram do encontro diversos servidores das Unidades de Gestão que compõem o comitê intersetorial, como UGADS, Cultura (UGC) Educação (UGE) e Promoção da Saúde (UGPS), além de visitadores do Criança Feliz e representantes de outras Prefeituras. Uma delas foi a de Santa Bárbara d’Oeste, que se inspirou no modelo jundiaiense e está em processo de implantação do serviço.

A abertura ficou por conta de um vídeo enviado por Claudia Vidigal, representante no Brasil da Fundação holandesa Bernard van Leer, da qual a Prefeitura é parceira. “Parabenizo Jundiaí, na pessoa do prefeito Luiz Fernando Machado, pela centralidade que dá à política para a Infância. Vocês são um exemplo que já têm brilhado para o Brasil e para o Mundo. Por isso hoje discutem este tema tão relevante e fundamental, que é o direito à convivência familiar e comunitária dessas crianças e adolescentes e a um cuidado intersetorial, do qual dependem os abraços não só do Poder Público, mas da sociedade e da comunidade com um todo”.

Já a gestora da UGADS, Maria Brant, falou da entrega de amor e afeto presentes do serviço. “O Família Acolhedora é um serviço muito intrigante e que recebe muitos questionamentos por conta do acolhimento temporário e desprendimento entre o acolhido e a família acolhedora após este período. Mas quando se compreende o quanto da capacidade de amar e de dar afeto está envolvido nesse gesto, só é possível enxergar o quanto ele é lindo”.

O diretor de Proteção Social Especial da UGADS, Luiz Guilherme Camargo, elogiou os resultados do serviço. “No Família Acolhedora eu enxergo o real encontro da política da Assistência Social com a sociedade civil, que ali se encontra debruçada no propósito de suprir as necessidades da criança ou do adolescente, numa situação de muitas potências e capacidades de entrega”.

Família Acolhedora

O Família Acolhedora encontra-se instalado em somente 5% dos Municípios brasileiros, entre eles Jundiaí. A coordenadora do serviço municipal, Luci Mara Marin, fez uma homenagem às famílias participantes. “São famílias comuns, presentes no mundo e com seus problemas, que não chegam prontas, mas recebem capacitação e acompanhamento, e que abrem as portas de suas casas e de seus corações para cumprir uma série de requisitos e transformar a vida dessas crianças. Fica aqui meu convite aos interessados, para que venham transbordar o amor de suas famílias e se inscrevam no serviço”.

Já a articuladora municipal e regional do PSPPI, Gerusa Moura, apresentou o panorama das iniciativas de Jundiaí para o tema. “São inúmeras as frentes em que o Município atua em prol da Infância, como a adesão ao PSPPI em 2012, a celebração do termo de parceria com o Instituo Alana em 2017, a adesão à rede Latino-Americana de Cidade das Crianças, concebida pelo professor Francesco Tonucci, em 2018, e a criação de um Comitê das Crianças, para pensar como a cidade pode ser melhor para elas. Sem contar a adesão à Rede Urban95, com a parceria com a Fundação Bernard Van Leer, e com ela a vinda de outras iniciativas, como as campanhas Jundiaí Pé de Infância, pé de Árvore e Pé de Ouvido, as Ruas de Brincar, os Parque Naturalizados, Voa Pé e as Ruas de Brincar”, resumiu.

Para concluir a fala das autoridades, a promotora da Infância e Juventude, Ana Beatriz Vieira, elogiou as iniciativas da Prefeitura. “Jundiaí tem tido a clareza de entender a absoluta necessidade de atuar de modo intersetorial e de construir políticas públicas integradas, na construção da possibilidade do retorno dessa criança ou adolescente à sua família de origem ou extensa. E a existência deste grupo de trabalho revela a preocupação da Prefeitura em agir de modo rápido e efetivo”.

Família Acolhedora

Os interessados em se inscrever no serviço devem preencher formulário on-line e aguardar o contato da UGADS com as informações sobre a realização de entrevistas, visitas domiciliares e capacitações, antes da inscrição efetiva.

Podem se inscrever os interessados maiores de 21 anos, residentes em Jundiaí. Entre as condicionalidades estão não estar fila de adoção e não possuir pendências judiciais e problemas psiquiátricos.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail [email protected].