Jundiaí e sua participação na Revolução Constitucionalista de 1932
Foto: Acervo Professor Maurício Ferreira

O dia 9 de Julho é feriado em alusão ao dia em que se iniciou a Revolução Constitucionalista de 1932, que teve participação da cidade de Jundiaí. Há 82 anos, paulistas pegaram em armas para lutar contra Getúlio Vargas, que havia tomado o poder em 1930 e acabado com a chamada política do ‘Café com Leite’.

Vargas tomou o poder na chamada Revolução de 1930, apoiado pelos paulistas. No entanto, ao não convocar novas eleições e apresentar caráter ditador, a elite paulista, apoiada pelo povo, decidiu se rebelar.

“Os que lutaram na revolução constitucionalista de 32 pregavam uma constituinte para que os poderes do presidente fosse limitados”, conta Samuel Vidilli, cientista social.

Atuação de Jundiaí na Revolução Constitucionalista de 1932

Em Jundiaí não foi diferente: munícipes também foram marchar contra a ditadura de Getúlio Vargas, endossando o movimento estadual pautado pelo ideal democrático e constitucional.

“Formou-se um batalhão de jundiaienses e um dos líderes daqui era o médico Antenor Soares Gandra. Houve também um que morreu durante o período de luta, o soldado Jorge Zolner, que hoje dá nome a uma rua em Jundiaí”, continua Samuel.

O início da Revolução Constitucionalista foi no dia 9 de julho e as lutas duraram três meses. Na cidade, os soldados partiram no dia 17 de julho, após despedida na região do Largo São Bento – hoje Praça Tibúrcio Estevan de Siqueira -, acompanhados por uma multidão. De lá, eles marcharam em direção à Estação Ferroviária. No dia 23 de julho, mais um grupo de jundiaienses fez o mesmo trajeto.

A cena inspirou um dos trechos do Hino do município, composto naquele mesmo ano por Haidée Dumangin Mojola: “Terra gentil, altruísta, de ti me orgulho, pois és bem Paulista! Teus filhos com devoção marcham pr’a luta como heróis, cheios de fé em tua oração“. diz o trecho.

“Jundiaí foi uma cidade muito importante no movimento, ainda mais por ser base da ferrovia Santos x Jundiaí. E um trecho do nosso hino ilustra esse momento da cidade”, reitera Samuel.

Bombardeios e homenagem

A Revolução Constitucionalista terminou em 2 de outubro, com mais de 900 soldados mortos. São Paulo, esperando a adesão de outros estados, acabou sozinho no conflito e foi cercado por todos eles, lutando com praticamente todo o Brasil.

O número de mortes pode ter sido maior, no entanto: bombardeios por aviões do governo eram comuns e um deles atingiu Jundiaí, em 16 de setembro daquele ano. Ninguém ficou ferido.

Em homenagem ao movimento, uma das avenidas mais importantes da nossa cidade, a 9 de Julho, conta com a estátua de um soldado constitucionalista. Em São Paulo, o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no Ibirapuera, também presta homenagem aos estudantes e soldados mortos durante o movimento.

Foto: Jundiaqui

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